segunda-feira, 1 de abril de 2019

Mutação científica: mudança "genética" nos métodos científicos


  O nascimento da Ciência Moderna – datado no séc. XVI – significou ao mundo inúmeras revoluções pontuais, até quando se trata da esfera política. Ambos os mundos até hoje são intercambistas de conhecimentos e vivências. No entanto, a mecanicidade dessa comunicação direta pode significar algumas interferências prejudiciais, haja vista que o campo social do qual trata a política requer uma visão mais holística, conforme a organicidade das sociedades.


  A visão sistemática do mundo Moderno, representada principalmente por René Descartes e Francis  Bacon, significou, por exemplo, pensamentos positivistas, darwinismo social e até mesmo enaltecimento da competitividade, conceitos base de regimes totalitários. Eis um exemplo: o Fascismo.


  Definido como uma contrarrevolução (forma política) travada em resposta ao perigo, mesmo que abstrato, ocasionado por revoluções de cunho popular, o fascismo apresenta-se como uma ideologia ultranacionalista, autoritária, liderado por um homem hostil e ao mesmo tempo carismático, e, além disso, forma-se por um conjunto de pessoas individualistas que dispõem-se a diluir tais individualidades em prol de uma convicção una e coordenada por um “mito”. Toda essa bagagem acerca desse regime totalitário e suas manifestações contemporâneas, foram expostas durante a X Jornada Inaugural do Direito “Marielle Franco”, ocorrida em 28 de fevereiro de 2019 no campus Unesp Franca.


  Parafraseando Thomas Jefferson, “É uma tolice a sociedade apegar-se a velhas ideias em novos tempos”. Tanto a Ciência Moderna quanto a política atual precisam adaptar-se a uma nova roupagem global, observando a sociedade por uma visão sistemática, ou seja, como uma matéria dotada de inúmeras ligações, que, se desvencilhadas atrapalham o sistema. Os conhecimentos cruciais de Bacon e Descartes precisam ajustar-se às necessidades sociais reais, superando a de crise percepção – essa proposta pelo livro “O Ponto de Mutação” de Fritjof Capra - na qual estamos todos envoltos.


  Faz-se necessário uma interdisciplinaridade entre as ciências, tendo em vista que foi diante um contexto tecnicista pautado pelas Guerras Mundiais que proporcionou o advento de Estados ultraconservadores em nome da evolução de uma só nação.


  Na atualidade, comportamentos fascitóides são frequentes, e ao escolherem uma personagem de representação, dão origem ao que se denomina neofascismo. Diante desse cenário, “o ponto de mutação” deve ser agora, e as ciências são ponto crucial para a redefinição dessas correntes sociais, tornando o saber que também é poder, segundo Bacon, um saber global diante o combate do fascismo.

                                                      

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