segunda-feira, 1 de abril de 2019

Capital cultural contra o fascismo


  No filme Ponto de mutação baseado em um livro de Fritjof Capra, físico e escritor que desenvolve trabalhos em promoção de educação ecológica, a fala de Sônia, cientista que encontra um político e um poeta em seu retiro,“uma partícula é, essencialmente, um conjunto de relações que se estendem para se conectarem a outras coisas.” é, em fundamento, generalizante e descritiva do funcionamento da sociedade.Uma vez que “tudo” são ligações de partículas e todas as relações se relativizam a interligações e contatos.
  Observando o alcance de tal pensamento fundamental do planeta Terra e correlacionando-o com a realidade social, pensa-se que as sociedades capitalistas são em geral formadas por grupos, que, muitas vezes, em conflito entre sí se unem em função de interesses comuns, ou seja, recursos.A sociedade capitalista, sendo, em essência, individualista, apresenta “escassez de recursos”.Por consequência, as vontades e a falta de meios igualitários que possibilitem uma competição justa criam um sentimento de revolta e raiva no povo.O que, por fim, pode ser provida de conteúdo esclarecido ou de conteúdo baseado em um desejo irracional de felicidade causado pelo fetiche das mercadorias, conceito de Karl Marx.
  Destarte, as pessoas enraivecidas podem se juntar devido ao reconhecimento de classe e em busca de uma revolução socialista, ou podem se ligar no sentido de fazerem uma contrarrevolução, que acredite em um Estado autoritário e em um líder carismático que realizarão milagres e que dirão o que as pessoas querem ouvir, achando um culpado que não seja a essência burguesa do sistema. Fará-se,  portanto, respectivamente, uma revolução que busque igualdade competitiva e fraterna ou fará-se uma contra revolução fascista, que não fere o status quo, mas elege culpados.
  Portanto, analisando as duas possibilidades, enxerga-se que o nível de capital cultural da população fará a diferença na escolha e nos rumos da sociedade.
  No filme, o político, ao fim do diálogo, chega à conclusão de que ao chegar em um ponto de conhecimento devemos nos decidir conservar ideias anteriores e conservar as relações ou mudar e se jogar em um novo horizonte, em que não se admitem grande verdades, mas grandes sentidos na existência das coisas.Por conseguinte, observa-se que, para evitar o fascismo, deve-se promover o conhecimento do sistema capitalista, de suas contradições e assim promover um caminho que rume uma democracia de Bem Estar Social.Pois, a utopia é um grande muro que se afasta a medida que nos aproximamos dela, mas, ao mesmo tempo, nos mantém caminhando em frente, citando Eduardo Galeano e relacionando-o com a utopia socialista, a maior inimiga do modelo fascista.

Guilherme Cunha Soares 1° ano Direito Unesp diurno

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