sábado, 20 de abril de 2019

A homo afetividade na mira da ciência


No final do século XIX, o Brasil declarou-se uma República através da deposição da monarquia ministrada por um golpe militar inspirado, em especial, por duas correntes ideológicas do mesmo século: o iluminismo e o positivismo -o Augusto Comte é o pioneiro no assunto, e  afirmava a ciência como forma de explicar o desenvolvimento de uma sociedade através de observações e experiências cientificas, aspirando o progresso. Atualmente, a visão positivista é usada por Olavo de Carvalho para defender sua tese sobre “Mentiras gays”, no livro “O Imbecil Coletivo”.
Na atual conjuntura de propagação de ideias, há uma nítida confusão entre o ferimento da dignidade humana e a liberdade de expressão. Dessa forma, é preciso salientar que todos têm a autonomia de manifestar opinião sobre diversos assuntos, aquisição garantida pela Constituição Federal. Portanto, precisa-se admitir ser válida a tese desenvolvida por cada pessoa, independendo da coisa tratada, afinal, relativizar quais direitos podem ser expressados não é uma forma democrática de um estado de direito agir/aplicar suas leis. Para entrar no assunto, é preciso concordar que os grupos das minorias na atualidade, como os deficientes físicos, gays, estão fazendo uso da relativização para se apropriar de proteções legais especialmente para eles, evitando com que convivam com todos de igual para igual juridicamente.
De acordo com Olavo de Carvalho, ser homossexual é uma questão de opção, já que é um fato o homem e a mulher serem atraídos como um objetivo maior a perpetuação da humanidade. Essa constatação é tão verdadeira que escolher uma pessoa do mesmo sexo como parceiro é uma escolha anormal e egoísta, visto que não irá trazer benefícios para a sociedade como um todo, pois ela é incapaz de se relacionar amorosamente com outras pessoas de sexo oposto. Da mesma forma, se eles já estão prejudicando uma maioria, é questionável exigirem uma legislação específica que os protejam de ataques a sua escolha de relacionamento, já que quem ataque a humanidade são eles, ameaçando a perpetuação da espécie, como a própria ciência biológica permite explicitar. Lembrando que o positivismo prega que através do ordenamento da sociedade é possível o seu progresso, e, portanto, se uma parte da população passa a ser mais protegida que outra, há o descontrole e impedimento desse progresso natural.  
Um outro problema é a demonstração pacífica de quem não concorda com essa atitude egoísta, pois se existe o direito dos homo afetivos declarar suas escolhas, também deve existir o direito de as pessoas manifestarem suas repugnâncias a essas ações, afinal, é uma liberdade de consciência de cada um. Assim, é preciso repensar que a lei deve ser usada principalmente para garantir direitos inalienáveis ao indivíduo, independendo se ele representa um grupo anormal a esse grande organismo que é a espécie humana, como explica o positivismo, e não privilegiar uma escolha minoritária como forma de se sobrepor a uma proteção comum a todos.

Sarah Fernandes de Castro - Direito/noturno

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