segunda-feira, 1 de abril de 2019

A calmaria depois da tempestade: O ponto de mutação após regimes autoritários

Depois da teoria mecanicista de Descartes ter se espalhado, várias concepções de mundo foram alteradas, como por exemplo a educação volta-se para o metodismo e não mais para o espiritual através da ruptura entre Igreja e Estado. Com a valorização do aspecto científico e desenvolvimento puramente tecnológico o homem separa-se de sua comunidade nos aspectos culturais e sociais, nascendo assim uma visão mais individualista.
Temos então uma divisão entre passado, presente e futuro. No passado temos a ciência através da religião, explicações baseadas na vontade do divino. Atualmente temos uma ciência puramente mecanicista e reduzida a partes, com um pensamento voltado apenas para a biomedicina, ou seja, trata-se apenas do problema pontualmente, sem investigação da causa e sem consideração dos aspectos sociais e psicológicos. E se evoluirmos, no futuro teremos uma visão holística para a resolução dos males em nossa sociedade, considerando todos os aspectos do indivíduo (psique, cultura e fisiológico/físico).
E como podemos relacionar as manifestações fascistas que ocorreram através das décadas e atualmente com o metodismo científico? Simples, o homem sentou-se para resolver problemas individuais, para lidar com engrenagens e esqueceu-se do mundo á sua volta, de uma sociedade que precisa de mais do que engrenagens e remédios. Ao se separar da sua sociedade o homem ficou hipnotizado com sua necessidade de sobrevivência e evolução no sistema capitalista e a educação não teve e não tem viés críticos, prepara-se somente técnicos e operários, e não mais seres humanos capazes de filosofar, pensar e criticar. Ademais nossa sociedade baseia-se apenas com a economia, então quando a economia quebra, ou acontecem escândalos políticos, cria-se uma crise, que poderia ter sido remediada, mas se torna um barril de pólvora e os líderes autoritários são a faísca.
O fascismo nasce em momentos de crise econômica ou política, quando a sociedade sente-se lesada por não receber e por não consumir, ou por sentirem desconfiança de seus lídres,  pessoas autoritárias autointituladas como revolucionárias dizem que irão consertar aquele problema econômico ou trazer uma política livre de crise moral, porém tais pessoas covardemente embutem suas ideologias nestes planos de salvação. O povo, totalmente leigo, em desespero e sem formação crítica aceita essa figura paternalista e cede aos preconceitos destes líderes e estão dispostos a tudo para terem seu poder de consumo novamente, para se sentirem soberanos de alguma forma.
Depois do desastre do fascismo, vem o ponto de mutação, onde inicia-se o processo de reconstrução da identidade social, o equilíbrio e a busca de uma visão mais humanizada do mundo, que luta para que os tempos sombrios não voltem.


Lívia dos Santos Pereira Cavaglieri - 1°Ano - Direito (diurno)

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