quarta-feira, 27 de março de 2019

O racionalismo e o empirismo nas formações da conduta humana.

O que há de glamoroso nos conceitos da ciência moderna são suas finalidades visando evidenciar a existência de ideias intrínsecas a psique humana, essas que servem como vícios de conduta que ao serem localizados e constatados através do racionalismo de René Descartes ou do empirismo de Francis Bacon, podem demonstrar o quão longe da clareza precisa uma análise de determinada situação pode se encontrar.


Armandinho, na tirinha acima, regado a sua formação de indivíduo pautado em segurança e relacionamentos sociais saudáveis, tem modulado em si um ídolo da caverna no qual possuir medo em uma simples corrida não consta em suas percepções. Camilo, por outro lado, embora aceite a corrida em um primeiro momento, ao se deparar com o policial, vale-se de seu racionalismo e talvez até de experiências passadas para dizer que essa atividade, na verdade, o colocaria em perigo, demonstrando que o ídolo estabelecido em Armandinho já fora vencido por Camilo devido muito a sua realidade social contraria.

Importante destacar também é a possível ampliação de percepção do mundo que ocorrera em Armandinho após sua pergunta “ ué? Por que?”.  Nesse momento, a personagem ativa o mecanismo da dúvida, princípio fundamental do método cientifico cartesiano, possibilitando a aproximação de uma clareza na questão das relações sociais.



Fenômeno similar ocorre nessa outra tirinha.  

Nessa, o destaque está na dualidade da resposta dos dois personagens frente a mesma indagação. Enquanto a razão e as experiências de Armandinho resultam em uma resposta na qual o questionamento pela nota fiscal da bicicleta é um absurdo. Camilo, por outro lado, tem suas perspectivas moldadas para encarar esse tipo de situação como corriqueira visto que já a presume estando com a nota fiscal em mãos.
Portanto, é nítido como a formação dos indivíduos é pluralizada refletindo em diferentes tipos de conduta no cotidiano. As tirinhas expostas, exaltaram como as diferentes realidades sociais atuam na formação racional e desenvolvem-se em experiências que formam o indivíduo. O que fica evidente é o ainda pouco esclarecido e ainda inerente a realidade humana, o preconceito racial, que ainda perpetua de maneira viciosa nas relações do homem com a sociedade.
Matheus de Vilhena Moraes / Direito (noturno)   







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