terça-feira, 26 de março de 2019

Duplicidade do Estado

A ação de discernir o verdadeiro do falso pode ser compreendido, segundo descartes, como a utilização do bom senso ou razão. Considerando a diversidade de costumes, que implica, em pensamentos por caminhos diferenciados, mas mesmo com esse fator é possível chegar em um bom consenso o qual esteja com o menor grau de falsidades, visto que apesar de alguns andarem devagar, porém se forem sempre pelo caminho retilíneo serão capazes de chegar no mesmo ponto ou até mesmo avançar mais se comparado com aqueles que correm e se afastam da veracidade. Assim, de acordo com a tirinha de alexandre beck verifica-se que o personagem Camilo demonstra uma atitude de razão, visto que esse temo conhecimento do perigo representado pela autoridade do soldado, isto é, há evidencia do racismo que impede e causa receio exclusivamente no menino Camilo.
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Dessa forma, a critica esta relacionada com a falsa ideia de proteção prestada pelos servidores públicos fardados em relação aos cidadãos, pois há discriminação e desigualdades de tratamentos. Portanto, Armandinho possui uma falsa ideia de segurança, enquanto Camilo com bom senso consegue constatar o perigo camuflado para si, como verificado no fragmento de Descartes e sua obra Discurso do Método- primeira parte “ talvez seja mais do que um pouco de cobre e vidro o que eu tomo por ouro e diamantes. Sei como estamos sujeitos a nos enganar no que nos diz respeito, e como também nos devem ser suspeitos os juízos de nossos amigos, quando são a nosso favor”. Consequentemente, não basta ter o conhecimento formal dos direitos e deveres descritos como garantias pelo ordenamento do país, mas verificar a real situação do sistema social, assim como Descartes que aproveitou o resto da juventude para viajar e analisar as ocorrências de forma empírica no período o qual viveu; [....] aprendi a não acreditar com demasiada convicção em nada do que me  havia sido inculcado só pelo exemplo e pelo hábito; e, dessa maneira pouco a pouco, livrei-me de muitos enganos que ofuscam a nossa razão e nos tornar menos capazes de ouvir a razão”.
Além da preocupação em se alcançar a verdade, para descartes, também há necessidade do compartilhamento de ideias e informações entre o Estado e o povo, de forma que a consolidação da confiança mutua seria capaz progredir a sociedade “[....] julguei que não havia melhor remédio contra esses dois impedimentos a não ser comunicar com fidelidade ao público o pouco que já tivesse descoberto...para que os últimos começassem onde os precedentes houvessem acabado, e assim, somando as vidas e os trabalhos de muitos, fôssemos, todos juntos, muito mais longe do que poderia ir cada um em particular”. Entretanto, tal realidade persiste na desconfiança em que o cidadão precisa provar e defender-se de acusações diretas ou indiretas feitas pelo Estado, como verificado na seguinte tirinha:
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Portanto, a tirinha acima ressalta ideias sofistas em que nenhum conhecimento é absolutamente seguro e a desconfiança é perene, como foi apresentado por Bacon em sua obra Novum Organum, “ A lógica tal como é usado mais vale para consolidar e perpetuar erros, fundados em noções vulgares, que para indagação da verdade, de sorte que é mais danosa que útil”. Consequentemente, nota-se que  há defasagens no quesito reciprocidade de confiança e, assim, dificulta a construção continuada do conhecimento de forma harmônica e publica, visto que, por meio representativo da tirinha, ao invés do Estado fornecer à informação esse fica colhendo dados particulares dos cidadãos que além de ser evasivo também demostra o dever do povo de provar sua inocência.

Marisa Seiko Endo - direito noturno 

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