sábado, 14 de abril de 2018

Tempo é dinheiro


“Tempo é dinheiro” frase que é corriqueiramente escutada no mundo hodierno e que ganhou sentido à medida que o capitalismo chegou em seu auge e tornou-se a principal engrenagem das relações sociais. A classe operária já não é mais vista como ser humano, e sim, classificada de acordo com seu potencial produtivo e quanto tempo está disposto a vender para o seu padrão. Um exemplo claro durante a história em que o capitalismo colocou sua busca incessante de lucro acima das condições humanas aconteceu durante o período da revolução industrial com a contratação de crianças e mulheres para trabalharem nas fábricas, simplesmente porque eram uma mão de obra mais barata, sem se preocuparem com as condições as quais esses grupos eram submetidos.
Marx e Engels preocuparam-se em estudar o sistema capitalista para entenderem sua dinâmica e saberem que por si só o capitalismo seria destruído. O patrão ao explorar cada vez mais o proletariado, faz com que cresça nesses trabalhadores o sentimento de mudança, uma consciência histórica formadora de uma classe revolucionária. Tal classe adquire forças produtivas em conjunto com as inovações tecnológicas -feitas para automatizar os meios de produção e aumentar o lucro dos proprietários-, no momento em que passarem a terem pleno controle da máquina (e não mais ser dominado por ela), e que controlarem a economia, teremos instaurada a ditadura do proletariado, uma das fases para se consolidar o socialismo. Para eles coexistem duas classes sociais que estão em permanente luta: o proletariado e a burguesia e a extinção dessa luta resulta no socialismo e mais tarde, o comunismo; onde a igualdade entre as pessoas seria maior, sem que houvesse a excedente busca por acumulo de capital, a exploração e a propriedade privada na mão de poucos poderosos.
Em seu livro O manifesto comunista, relatam o papel importante que a burguesia teve para a derrubada do poder monárquico (revolução francesa, revolução russa), mas que perdeu o controle ao se preocupar somente com o mercado e com o aceleramento da produção, criando dentro das fabricas ambientes que foram retratados pela escritora Simone Adolphine Weil, que para obter uma experiência mais concreta tornou-se operária da Renault e passou a conhecer de perto o cotidiano dos trabalhadores. Ela descreve em seu livro como a rotina de trabalho é desgastante e faz com que o trabalhador se acomode naquela situação por não ter caminhos diferentes para seguir, descreve também o processo de perda da individualidade, como se a máquina consumisse o homem juntamente com o seu combustível.


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