segunda-feira, 26 de março de 2018

O direito é para poucos.

Andando pelo transporte público de São Paulo me deparei com uma menina em situação de rua, não deveria ter mais que 14 anos. Ela tentava impor medo aos passageiros, como uma forma de proteção, mas no meio do trajeto abriu o seu caderninho da Barbie e começou a escrever palavras, aquelas que não conhecia a grafia perguntava para a moça ao seu lado: “Tia, como escreve felicidade?”. Uma pergunta tão banal poderia virar assunto para uma tese de doutorado. Por que ela estava vivendo naquela condição? O que fez ela se interessasse pelo ensino (considerando que não temos incentivos suficientes, ela sozinha estava lutando para aprender algo)? Será que ela almejava um ensino melhor?
Todas essas são perguntas complexas, sem uma única resposta,  tentei solucionar esses problemas durante a minha curta viagem. Se nesse caso o observador fosse Auguste Comte haveriam respostas exatas para todas elas, acredito que não teriam um caráter verídico, pois seria uma análise fria e calculista que apenas olharia para a situação em si e não para o que a gerou. Ele focaria na física social, ou seja, uma metodologia cientifica que busca leis universais para ações humanas, mas sendo nós tão diferentes não tem como haver uma resposta para várias ações.
Na sociedade a maioria dos discursos são como a visão de Comte, muitos não querem saber as origens dos problemas, apenas querem resolve-lo sem ter que gastar muito tempo pensando nas milhares de possibilidades de fazê-lo. Políticos também seguem essa lógica, imediatista e desconexa. Não há um enfoque no estudo, apenas se discute o que já se sabe ou acham que sabe.
Mas e o direito, onde entra nessa lógica capitalista perversa? Há garantias para essa garota, a constituição assegura no seu artigo quintos vários direitos, os quais acredito que não sejam acessíveis a ela. Então qual a verdadeira utilidade? Será que ele defende apenas uma classe? Porque olhando para o meu “objeto” certamente posso afirmar que ele não foi contemplado.

Um comentário:

  1. A situação em que se encontra essa menina é semelhante a situação de várias outras meninas no mundo todo,lugares que nunca ouviram falar do positivismo,portanto fique bem claro que isso não tem nada a ver com o positivismo,não foi o positivismo quem causou essa situação,foram os seres humanos gananciosos e individualistas que criaram toda essa perversidade contra outro ser humano; em segundo lugar se Augusto Comte fosse o observador ele olharia através da sociologia ciência que ele criou a partir de suas ideias sobre a física social,que ele percebeu ser muito limitada por isso ele criou a sociologia,ou como o próprio Comte gostava de dizer ele "Sistematizou" a sociologia; Em terceiro lugar certamente as respostas que Comte daria para explicar a situação da menina seriam Verdadeiras pois Augusto Comte elaborou como base para a sociologia a filosofia da história onde todos os fatos e comportamentos humanos são estudados e analisados buscando compreender as causas dos problemas,ou seja não é verdade que o positivismo não quer saber as origens e causas dos problemas,ele quer saber e busca explicá-los e corrigi-los,e saiba que ha comportamentos humanos que podem ser previstos(como leis universais),descritas por Augusto Comte,é também importante lembrar que o positivismo não é imediatista,pois prega a evolução da sociedade de forma organizada,lente,equilibrada,justa,continua,gradual e progressista,ou seja não tem nada de imediato,a única doutrina imediatista é o socialismo/marxista que prega a revolução(revoluções sempre são imediatistas),e a estatização de todas as coisas,ou seja são acusações socialistas/marxistas o que nós encontramos nesse artigo que se presta a ser mais uma obra de militância pois desinforma e manipula os fatos.

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