domingo, 25 de março de 2018

Liberdade: falsa e essencial


Liberdade. A palavra que já moveu diversas manifestações ao redor  do mundo. Já fez mulheres queimarem seus sutiãs, estudantes árabes saírem às ruas, pessoas pintarem as caras, jovens lutarem contra os militares no Brasil. Todos em  busca desa palavra,  ou do que ela representa. Parece que todo ser humano quer se livre para fazer as próprias escolhas.

Contudo, Durkheim defendia a tese de que não existe liberdade plena de escolhas, visto que nossas atitudes e pensamentos  são condicionados pela sociedade em que vivemos. Não se pode esperar que pessoas em contextos diferentes agiriam da mesma maneira. Portanto luta-se pela liberdade de se iludir ao pensar que se está escolhendo.

Entretanto, não  é por isso que se deva parar de lutar. Não deveriam os integrantes da comunidade LGBT parar  de buscar seus direitos, que lhes são negados por uma parcela da sociedade que nutri um ódio advindo não da razão, mas de valores sociais que eles carregam de forma tradicional. Há um medo, dos conservadores, de que a sociedade entraria em estado de anomia se as pessoas fossem autorizadas a amar sem restrições, e por isso agem de forma muitas vezes violenta para barrar que isso aconteça. Mas, toda essa repressão que a sociedade impõe não deve servir como coerção para que as pessoas escondam suas verdadeiras identidades e vivam no medo.  Vá a luta, seja quem és.

Pode ser que não exista um pleno livre arbítrio, mas existe o que é justo e isso deve ser buscado.  Existe  a Constituição Federal que garante igualdade e que tenta proteger os brasileiros da violência. Todavia, infelizmente, também existe a intolerância e existe a violência. Se escolhemos achar todas essas coisas injustas ou se isso foi construído socialmente nas nossas cabeças, eu não sei.  Só sei que, mesmo que Durkheim esteja certo e eu não cheguei a nenhuma dessas conclusões sozinho, nunca irei parar de acreditar na justiça.  Então, espero que um dia possamos usar da nossa falsa liberdade para construir uma sociedade melhor.


Luca Gajevic Goloni - turma XXXV (matutino)

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