segunda-feira, 26 de março de 2018

A Sociologia e as Realidades Paralelas

   Ao lermos A Teoria do Funcionalismo, de Émile Durkheim, somos agraciados com a reflexão sobre o que é a nossa realidade, ou seja, nossa formação e costumes ocidentais quando comparados com outras sociedades orientais. Não tão distante, uma epifania nos entrelaça revelando o quão subjugamos outros povos sem ao menos conhecermos, o que ilustra o preconceito.
   Para angariar tal reflexão, precisamos voltar ao pensamento de Durkheim. Sucintamente, nos é explicado que o indivíduo tem seus preceitos formados a partir de "fatos sociais", ou seja, extensões do indivíduo, regras e costumes já impostos a ele por seus ancestrais e que não são questionados. Os "fatos sociais" formam a "Generalidade", ou seja, a capacidade de um fato social ser comum a todos daquela sociedade.
   E com a "Generalidade" surge a capacidade de generalizar. Um verbo que usamos inconscientemente para impor nossos costumes a outros povos. Por exemplo, chamamos europeus em sua maioria de anti-higiênicos pois não tomam tantos banhos semanais como os brasileiros. Claro, isso seria um pequeno fragmento. Contudo, ao pensarmos em sociedades que nunca houveram a oportunidade de ter um contato, separadas pela divisão ocidental e oriental, o fragmento torna-se ainda mais grave, são criadas comparações mais radicais e por sermos acostumados aos nossos costumes, sempre condenamos o diferente como pior. Por fim, nessa cadeia de pensamento, a condenação do diferente gera o preconceito.
   Deixemos esse pensamento de lado para forjar a ideia final sobre a reflexão intitulada. Durkheim apenas buscou imprimir que a sociedade já viria organizada e estável com esse molde apresentado ("Fatos Sociais" e "Generalidade"), não suscetível a grandes mudanças. Contudo, não previu que as tais mudanças sociais viriam a partir da revolução da comunicação, o que permitiu um maior contato, convívio social entre as nações.
   Mesmo o filósofoso vivendo entre os períodos das revoluções industriais, não foi agraciado com a vivência da globalização. Imagine como seria mantido uma estabilização e organização social segundo o mesmo com o "Espaço Schengen", o fim das fronteiras para os países ingressantes na "Zona do Euro".
   É importante ressaltar que não temos gabarito para dizer que a filosofia Funcionalista de Durkheim incide o preconceito. Porém, e por óbvio, é importante entender que essa forma de estabilidade social dita pelo filósofo cria um círculo de cultuação aos próprios costumes para manter-se a ordem, proibindo o questionamento no século XIX. Agora no século XXI, devemos estuda-la a fim de entender o enraizamento do preconceito contra outras nações, como dito na introdução.
   Concluindo, a cultuação aos valores, criada pela generalização, criada pelos fatos sociais, formula um círculo, que apesar de ter seus primórdios o desenvolvimento a ordem e a estabilidade gera preconceito por sua valorização à costumes únicos de uma sociedade, não universalizando-os, ou seja, não os respeitando, e por mais repetitivo que esta sentença possa parecer, criando o preconceito em todos nós!

Guilherme L. Borges - Direito Diurno - Turma XXXV

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