quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Realidade Infeliz

Aconteceu a alguns anos atrás, eu realmente não me recordo da data exata. Porém, creio eu, que todos já vivemos/presenciamos/soubemos de uma cituação similar ou igual a tal.
São Paulo, balada, lotada, open bar e, enfim, tudo o que se vê, viu e verá em festas atualmente. As pessoas que organizaram a festa estudavam comigo e, portanto, a festa estava cheia de pessoas conhecidas, pessoas de todos os anos, menores de idade e formados à um tempo já, enfim, o normal.
Uma das pessoas que foram comigo e também um de meus melhores amigos é homossexual. Durante a festa, ele notou que haviam muitas pessoas desconhecidas e acabou por me dizer que não se sentia muito seguro ali. Na época, ignorante do jeito que era, rotulei como “frescura”, mas continuei por perto, por precaução.
Foi no meio da festa que percebi o quão ignorante fui com os medos dele, não só nessa festa, pois alguns daqueles que estavam no camarote, que ficava no segundo andar do local alugado, começaram a jogar água, vodka e até cuspiram para nos atingir. Obviamente, o segurança não deu ouvidos e meu amigo me aconselhou a deixar pra lá, afinal, “isso sempre acontece”. Mais tarde, nessa mesma festa, enquanto meu amigo estava beijando outro homem, chutaram ele. Gritaram que iriam bater nele e que ali “não é lugar de viadagem”. Mais uma vez, me aconselharam a não fazer nada, apesar de eu já ter literalmente ido pra cima dos meninos, e eu e meus amigos tivemos que ficar escoltando e protegendo o menino o resto da festa, gostaria de falar que isso nunca mais se repetiu, mas estaria mentindo, infelizmente.
A questão é que nem sempre se tem proteção, nem sempre a proteção é suficiente, e casos como esse acontecem todos os dias, com intensidades variadas e assustadoras. Sair de casa com o pensamento de que, se você for quem você realmente é, você pode morrer, não é justo.
Simplesmente, não é humano
Aluno: César Augusto Matuck dos Santos

Direito, Noturno

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