segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Metamorfose regressiva

E a metamorfose deixa de ser somente a uma letra de Raul e adentra o mundo do trabalho, agora, como metamorfose regressiva. O direito utilizado como instrumento de emancipação, passa a ser mecanismo de legitimação da violação de garantias mínimas que foram conquistadas diante de inúmeras lutas da classe operária. Marx revira-se no túmulo: o trabalhador e a CLT passam a ser considerados bode expiatório de um crise econômica. Como reduzir os direitos da mãe de família, que criou três filhos sozinha contribuirá para a minimização dos problemas sociais do país? O governo parece não se importar. O desemprego cresce, junto com analfabetismo funcional, com a precariedade das condições trabalhistas, a exploração da mão de obra e o avanço do automatismo das relações de trabalho, como já apresentado por Chaplin em “Tempos Modernos”.
               Vê-se a perda do foco no trabalhador em matéria do direito do trabalho em detrimento do capital, a Reforma Trabalhista e Previdenciária comprovam tal afirmação e são medidas de um governo ilegítimo e sem popularidade. As metamorfoses trabalhistas permitem que patrões e empregados possam negociar direitos, o que, claramente, traz prejuízos inenarráveis ao último. Um padrão de direitos antes consolidado, agora é violado. O país retrocede em todos os aspectos trabalhistas e um decreto que modifica as definições acerca do trabalho escravo assustam. Mais uma vez, o trabalhador é exposto a condições precárias e nasce o questionamento se ainda existe um sistema de proteção aos Direitos Humanos no Brasil.

                    Cabe à nossos representantes enxergarem, que quando se trata de direitos e garantias, não deve haver usurpação mas sim, promoção. Valho-me de Drummond, por fim, e questiono-me “e agora, José?” 
Bruna Maria Modesto Ribeiro, diurno

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