terça-feira, 21 de novembro de 2017

Alforria social

A luta LGBT foi (é) fortemente ofuscada e oprimida durante séculos da existência social humana. Durante muito tempo a homossexualidade foi considerada um tipo de doença que merecia cura, e ainda hoje, são percebidos discursos discriminatórios que se comunicam assiduamente com as mais ultrapassadas e obsoletas ideias preconceituosas.
Porém, através da evolução não só dos Direitos Humanos, mas também da perspectiva ética-social, construiu-se direitos que amparavam a parcela tão excluída e hostilizada pela sociedade. Reconheceu-se, como exemplo, que o instituto familiar seria constituído não só por um homem e uma mulher, mas também por casais do mesmo sexo. Tal salto social é compreendido pela teoria de Honneth, que afirma que através do reconhecimento social, causado pelo desrespeito das demais frações da sociedade, é desencadeada a ascensão de direitos afirmativos aos mais prejudicados socialmente. Ou seja, as conquistas advêm de uma luta contra o desacatamento da parcela opressora e preconceituosa. Por meio de tais lutas, são conquistados direitos que trazem à minoria a auto-realização e um ensejo de igualdade.

O reconhecimento social dar-se-á plenamente quando a parcela majoritária da sociedade entender que não há cura para aquilo que não é doença. Não há preconceitos que mudarão positivamente a história da humanidade. Infelizmente, mesmo com direitos permitem a melhor convivência social e a maior amplitude da liberdade individual, a comunidade LGBT ainda tem muito o que lutar, muito o que conquistar, muito o que provar para aqueles que se prendem a paradigmas e impedem a plena autonomia de cada ser sobre seu corpo. A luta ainda é sofrida, a luta ainda é custosa. A luta ainda é necessária. “Não existe cura para o amor. Mas eu espero que haja para homofobia”.

Izadora Barboza Maia - 1º ano Direito Noturno

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