segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Weber - atualidade da ação social e da dominação do poder

 Max Weber teoriza sobre a função da sociologia e de como a sociedade se apresenta sob o sistema capitalista. Um de seus pontos iniciais e mais marcantes é a negação do materialismo histórico de Marx, a exposição de sua prepotência e a afirmação de que uma ciência como a sociologia não deve se preocupar em estabelecer meios que determinam a realidade e como ela se dará no futuro. A sociologia deve prezar por estudar e analisar a realidade apresentada e expressar as possibilidades para que ciências como a política que tem a função de coordenar a realidade possam agir. Sua análise se dá pelo estudo da ação social do individuo que consiste na sua forma de conduzir a vida. Diferente de marx que coletivizava as vontades e ações dos seres em blocos de classes, Weber acredita que a ação do indivíduo mobiliza o coletivo, e as relações sociais, isso é, as relações entre as ações sociais estipulam valores que são adotados no âmbito social. As ações se mobilizam por razões diferentes, e por meio do poder, o valor de um indivíduo ou de um grupo de indivíduos prevalece.
 O poder gera a dominação que por sua vez pretende gerar obediência à essa vontade, tendo por melhor meio a legitimação, ou seja aceitação da maioria para sua total assimilação. Nesse aspecto weber posteriormente explica como se deu a ascensão do capitalismo e um dos motivos para a burguesia ter consolidado à ética pratica do modo capitalista e difundido por meio de instituições e dispositivos que procuraram legitimar e guardar tais valores, ao ponto de serem assimilados na cultura da sociedade que nada mais é que a síntese de valores significativos que na observação da realidade se tornaram comuns na sociedade.
 Tendo explicado isso, podemos analisar a possível atualidade da forma de análise Weberiana das relações sociais, pautadas no indivíduo e na sua vontade. Os indivíduos e grupos que normalmente detêm o poder o mantém por serem aqueles que possuem recursos escassos que geram influência necessária para o domínio de uma vontade sobre outra, esses recursos vão de poder político a monetário, de relação de posição social, até qualquer manifestação de influência que colocam alguns em vantagem em relação a muitos. Em uma simples observação, a análise e Weber é atual visto que a sociedade contemporânea ainda está pautada no interesse de grupos e indivíduos que pelo seu poder legitimam suas vontades, tanto no âmbito econômico quanto politico e social. A dignidade do trabalho difundida pela burguesia e mais ainda disseminada pela doutrina calvinista se enraizou no princípio de existência da sociedade, mesmo sem a religião o trabalho duro ainda valoriza e dignifica a existência humana, e com as atualizações adequadas o capitalismo continua concretizando seu objetivo de acumular, reinvestir para lucrar ainda mais.

 O direito funcionou como uma das ferramentas para legitimar o avanço do capitalismo, garantindo a regulamentação e organização dos princípios da preservação da propriedade privada, claramente não é a única razão de sua existência a manutenção do capitalismo, mas em uma constante racionalização dos processos, métodos e instituições o direito se viu estático, por ter se tornado a ferramenta vinculada ao interesse de classes, por muito tempo fora desenvolvido no âmbito particular. Ainda hoje o direito parece ser mais ferramenta de quem controla recursos escassos do que força que equilibra a realidade pela normatização, isso contudo não é absoluto, o direito não só se preocupa com essas questões, ainda é ferramenta que legitima diversas vontades, não só a dos mais poderosos, é e continuará sendo ferramenta insubstituível para as relações sociais e para o desenvolvimento social, mesmo assim me vem uma pergunta, será  o direito como os jovens juristas concebem ao entrar na faculdade apenas um tipo ideal ou como algo real ¿

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