sábado, 2 de setembro de 2017

O consumo é o ópio do povo


Marx e Engels trouxeram à visão Socialista um viés científico e realista, mas isso em comparação ao que tinha sido desenvolvido antes ou em épocas próximas. Por mais que a dialética Marxista seja extremamente sólida e coerente em vários pontos, sendo adotada por diversos intelectuais, não é possível hoje se pensar em uma revolução do proletariado. O capitalismo e a cultura do consumo são tão intrínsecos à sociedade contemporânea que é nítido na grande massa uma busca de adaptação e não de questionamento ou levante.
Hoje o capitalismo está consolidado e é quase absoluto no mundo, dessa forma é crescente a criação de necessidades e a obsolescência, que levam ao consumo exacerbado. O povo, os proletários, que para Marx são quem deveriam fazer a revolução, estão inseridos tão fortemente na lógica do mercado que antes de pensar em uma revolta estão pensando em ser (ter) no capitalismo e usufruir de seus produtos, mesmo quando de maneira absurda e desmedida. Um exemplo foi o lançamento no meio do ano da coleção “Supreme x Louis Vuitton”, onde jovens chegavam de madrugada na fila para obter peças com preços absurdos, e as notícias mostram até mesmo o relato de um jovem que largou a escola e foi trabalhar para poder comprar esses produtos.
Por mais bem construídas que sejam, as ideias de socialismo, comunismo, revolução, entre outras, acabaram ficando restritas nas teorias de uma pequena elite intelectual. Muitas vezes não só ignoradas, como repudiadas pelo povo. Hoje o ópio do povo não é mais a religião e sim o próprio consumo.

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