segunda-feira, 25 de setembro de 2017

A divina vontade do capital

Na obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Max Weber fundamenta a noção do espírito capitalista, sendo a reforma protestante base desse conceito.
Visando permitir que o homem tenha controle sobre o mundo, o capitalismo vai além do lucro e anseia que todo o sistema econômico esteja permeado pela racionalidade.
Nesse sentido o Calvinismo lança as bases para o capitalismo. Contrariando a ordem cristã católica, até então predominante, que condenava o luxo e a busca pela riqueza firmando assim uma sociedade conformada com a “vontade divina” imposta, a reforma protestante defende o trabalho enquanto virtude e o lucro como consequência de um esforço pessoal. Destarte, a racionalização capitalista é formada diante da mudança do paradigma cristão.
Sendo assim, o “espírito capitalista”, teorizado por Weber, torna-se uma reiteração do sistema e lhe dá ares positivos, uma vez que a sociedade passa a entender o capitalismo como ápice da evolução humana, o que justificaria sua dominação em quase todo o mundo.
Todavia, a noção do espírito capitalista desenvolveu-se de tal forma que ganhou notoriedade e passou a ser independente da religião. No lugar da explicação sagrada surge uma ética propriamente capitalista que movimenta de forma dinâmica não só a economia, mas também a cultura e as relações sociais.
Logo, é notório que o sistema capitalista fundamenta-se atualmente em si mesmo, negando qualquer necessidade de afirmação dos indivíduos que fazem parte do mesmo, uma vez que são dependentes do modo de produção hegemonicamente consolidado. 

Daniela Cristina de Oliveira Balduino, 1º ano diurno 



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