segunda-feira, 14 de agosto de 2017

POSITIVISMO E A ANÁLISE CIENTÍFICA

O pensamento positivista de Comte pauta-se no estudo das coisas baseado apenas nos fatos observados e ignorando as causas e razões para os acontecimentos como podemos observar em “somente são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados” (p. 5). Desta forma, procuram-se sempre regras e leis para todos os acontecimentos tanto das ciências exatas quanto das humanas. Para que este tipo de análise seja possível é necessário pressupor-se que o objeto estudado seja invariável e constante. No entanto, os seres humanos - enquanto objeto de estudo - não são invariáveis ou constantes.

Podemos observar este tipo de análise nas obras de Cesare Lombroso que atribui características físicas típicas de criminosos como maxilares grandes e crânio arredondado. Sem a análise das causas e da essência fica difícil determinar, apenas pela observação, aquilo que realmente é uma regra. Por exemplo, se hoje fossem analisados apenas as características físicas da população carcerária poderia-se presumir que o homem negro tem uma disposição natural para o crime quando na verdade, quando analisamos as causas, vemos que existem inúmeros motivos históricos e políticos para isto.
Portanto, hoje podemos concluir que o pensamento positivista não se trata do último estágio de construção do conhecimento como Comte afirma. Na verdade, este é um de muitos estágios para produção de um conhecimento cada vez mais próximo da realidade e do verdadeiro saber, que não deve ser entendido como absoluto e incontestável.

Maria Catarina M F M Borges - 1° ano de Direito Diurno

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