segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Por um mundo não linear

   A Revolução Industrial e a Revolução Neolítica são dois das três momentos históricos que mudaram o curso da humanidade, com o avanço tecnológico favorecendo esses acontecimentos. O outro momento que moldou a civilização ocidental foi a Revolução Francesa, que se diferencia das anteriores por não ter uma inovação tecnológica colaborando para seus acontecimentos. Tal exceção à regra colabora para analisar a filosofia positivista, e sua Lei dos três estados.
   A contribuição que Revolução Francesa fornece para a análise do texto de Augusto Comte está nos motivos que levaram à tal ruptura da sociedade contra a organização social vigente, porque foi a presença de novas ideias, e não de uma nova tecnologia, que desencadeou os acontecimentos. O que coloca em dúvida a progressão linear da sociedade no tempo, pois, o surgimento de ideias pode afetar a sociedade de maneira profunda e o pensamento humano não ocorre de forma linear.
   Em Curso de filosofia Positiva a Lei dos três estados são denominadas por Comte como Teológico, Metafísico e Positivo; sendo o positivismo o estágio final no qual a humanidade nega as forças abstratas buscando as Leis naturais.  Essa negação do abstrato sugere a inadequação do místico na sociedade moderna, o que seria equivocado de se pensar, pois, o sobrenatural e a tradição são tão humanos quanto seus instintos naturais.

   Assim, são os acontecimentos posteriores a publicação do texto de Comte que coloca suas ideias, de pretensões universais, a prova. E os eventos subsequentes serão exemplos do poder da ideias na subversão das leis sociais, sendo o Nazismo e o Comunismo as ideologias de maior influência nos incidentes do século XX.

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