quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Ordem e Regresso

Em uma sociedade formada por escravos do capital e pelos “homens de bem”, que são condicionados à individualidade desde seus primórdios, é comum julgar que a ordem é predisposição para o progresso, que libertar-se das amarras do tecido social é uma bravata ao desenvolvimento nacional. Forma-se assim, onde são estabelecidas tais concepções, uma rede dogmática que engessa desde o Estado até a Família.
Ao ligar a TV, comum tornou-se propagandas que visam preservar determinada classe “no lugar ao qual ela pertence”, resignando tal segmento a continuar realizando um trabalho braçal, com o Marketing da honra e da importância do que fazem, justificando indiretamente a falha do Governo enquanto provedor de uma educação de qualidade. Formas estas de manter as posições de mando e manutenção do Status Quo, quando por exemplo o jovem da periferia não vê possibilidade de ascensão. Práticas estas comuns em um país historicamente tão estratificado como é o Brasil, que sempre buscou naturalizar as posições de mando nas mãos de um grupo ínfimo. 
“Pensar fora da naturalidade gera desvios que podem abalar a prezada Ordem”, sendo assim, assustou-se obviamente a sociedade quando da legalização do casamento homoafetivo. União está que foge totalmente do que prega a tradição e cultura, incrustrados de ideais retrógrados, muitas vezes ligados à religião, quanto ao conceito de família.
Na rede a qual estamos conectados ocorre uma banalização da violência, da opressão e da perseguição cada vez maior de pessoas estereotipadas, que fogem, verbi gratia, de um padrão elitista de vestuário. É desse conformismo com essas situações que vivem os programas sensacionalistas, e estes, por sua vez, exibem às massas formadas pelos “cidadãos de bem” as consequências as quais serão submetidos quem tenta desertar dessa “Spiderweb” que é a Ordem. Daí, as imagens vendidas viram insumos para frases genéricas e cotidianas como: “bandido bom é bandido morto”.

E é nesse Paradigma Newtoniano que a sociedade fica estacada; a medida em que a Ordem é preservada com desvios mínimos, o real Progresso fica literalmente costurado ao lema da bandeira nacional.

Fabrício Eduardo Martins Soares, 1 ano Direito Noturno

Nenhum comentário:

Postar um comentário