segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Na trilha de Comte?

O Brasil atravessa um momento delicado no que tange ao equilíbrio na dinâmica dos três poderes. O atual desequilíbrio a favor do Sistema judiciário promove a chamada judicialização da política. Tal fenômeno faz com que questões sobre medicamentos, reforma agrária, ritos parlamentares e até o afastamento de presidentes de outros poderes sejam decididos pela Suprema Corte.

Essa delegação ao Judiciário de julgar questões tão polêmicas é gerada pela falta de vontade do legislativo e executivo diante de pautas como: aborto, eutanásia, armamento, sistema prisional. Pautas essas que fazem com que a população acompanhe o cenário político nacional gerando ameaças nas urnas.

Fazendo um paralelo entre a atualidade política brasileira e a sociologia, pode-se dizer que o Brasil atingiu o que Auguste Comte definiu como a segunda fase ( metafísica) da primeira parte (filosofia da história) de sua teoria filosófica?  

Segundo Comte, na esfera política, o espírito metafísico corresponderia a uma substituição dos reis pelos juristas. Nesse sentido, assumindo que no Brasil a figura do rei foi substituída pelos representantes eleitos por veio do voto, e que esses representantes (mesmo que de maneira intencional) transferem aos Juízes a responsabilidade de decidir não apenas sobre questões técnicas jurídicas, mas também sobre temas eminentemente políticos, estaríamos nós na trilha em busca da sociedade positivista idealizada por Comte? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos...


Luiz Felipe Fermoselli Andreotti- 1º ano Noturno

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