segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Mudança


Muitos comemoraram a entrada de Michel Temer como presidente da república após o impeachment de Dilma Rousseff assim como nos Estados Unidos muitos aplaudiram quando Donald Trump ganhou as eleições americanas e também é chocante a grande chance de Bolsonaro ganhar as eleições de 2018 no Brasil. Pensemos então a semelhança entre esses 3 “ídolos da pátria”, o que de fato são, para muitas pessoas, e por que tais ídolos nesse atual momento mundial estão ganhando tanta força.
As respostas para tais perguntas se encontram nos escritos de Émile Durkheim fundador da sociologia que viveu durante o século XIX. Estamos vivendo um movimento global, e principalmente ocidental, de crise de valores e também de crise econômica. Ambas as crises representam, na concepção de Durkheim, um contexto de perspectivas de anomia social. A anomia foi definida pelo sociólogo como a ausência de normas sociais, sendo essas as responsáveis por regular a sociedade. Portanto, em momentos de crise temos uma perspectiva de anomia social, e essa gera comportamentos extremos e desesperados por parte do coletivo.
Esse comportamento do coletivo se dá pelo medo existente da desagregação, isto é, se a ordem atual se modificar, seja a ordem econômica ou a de valores, o futuro fica indefinido e esse pode ir desde o caos até uma nova ordem, e o medo do caos ou o pavor de não se encaixar na nova ordem, gera comportamentos que não são movidos pela racionalidade, mas sim pelas paixões humanas.
Assim como aconteceu durante o contexto das Guerras Mundiais com ascensão de diversos ditadores e de ideologias extremistas como as fascistas, acontece atualmente com a ascensão de “ídolos da pátria” e esses sempre alegando defender seus respectivos países, ao prometer manter a economia estável e tomando posturas conservadoras em relação a cultura e aos valores sociais. Mas será que defender a ordem social atual realmente é defender seu país? Logicamente que a incerteza do futuro, e a perspectiva de anomia nos assusta, mas será que esse medo deve fazer com que nos resignemos à ordem em que vivemos? Ou pior ainda, será que nos conservando cada vez mais a ordem atual não estaríamos entrando em um caos social assim como aconteceu no período da Alemanha nazista? De fato, acredito que assim como Chico Buarque, não deveríamos temer a mudança, mas sim que as coisas nunca mudem.


Catherine R. Loricchio - 1° Ano, Diurno

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