quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Carta aberta à humanidade

     Tendo em vista não apenas os acontecimentos recentes no mundo, mas, sim, os de todas as épocas, a cada dia passado, afirma-se a necessidade de olhar o mundo com outros olhos. René Descartes, no século XVII, chegou a tal conclusão e decidiu que não seguiria à risca o que lhe foi ensinado pelos seus mestres, a começar pelo idioma escolhido para escrever "O Discurso do Método": sua língua-mãe francesa ao invés do clássico latim. A seguir, passou a duvidar das afirmações ditas como verdade e a olhá-las com desconfiança, como dito pelo próprio autor. Da mesma forma, seu contemporâneo Francis Bacon, defendia que, ao contrário dos pensadores clássicos, a razão deve ser guiada pelo que é visto, e não deixar que a mente faça todo o trabalho sozinha. Ainda contrariando-se dos gregos, Bacon afirma que o ser humano deve ser capaz de empreender, isto é, construir e modificar permanentemente o mundo ao seu redor por meio da razão. Assim, levando em consideração a essência trabalhada pelos dois autores, devemos, humanidade, todos nós, deixar de lado vários ensinamentos quase que intrínsecos a nós carregados durante toda (ou quase toda) a vida. Devemos largar todos os pré-conceitos portados antes de julgar outra pessoa. Devemos, querendo ou não, ter a consciência de que algumas de nossas crenças não tem fundamento para a ciência, como ter sete anos de azar se quebrar um espelho, entre tantas outras, assim como os valores de cada religião, para os que a assistem de fora. Devemos policiar os nossos atos consequentes de paixões e do uso dos sentidos por si só, sem a interferência da razão. Devemos nos permitir contestar as tradições e costumes. Devemos, se necessário (e é!), mudar o mundo.
     Portanto, humanidade, permita-se contestar, abandonar certezas e pré-noções, construir e reconstruir.


Bruna Benzi Bertolletti - 1º ano Direito diurno

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