sábado, 26 de março de 2016

O todo pela parte

No filme " O Ponto de Mutação" pode-se perceber que o autor tenta mostrar a seu público uma nova forma de entender o mundo, dessa forma, ele traz críticas a pensamentos que foram o pilar de sustentação dos ideias humanos por um longo tempo, como é o caso do filósofo Rene Descartes, que trouxe um pensamento cartesiano aos homens.

Com esse modo de pensar Descartes propunha que o homem dividisse em partes seu objeto de estudo, como se suas partes fossem desconectadas, como uma máquina que cada peça pode ser tirada se uma delas estiver com um problema, assim,  trata-se apenas o problema isoladamente, sem olhar para o todo, pois para ele era a melhor forma de se chegar a um fim, a uma resposta.

Todavia tal pensamente acabou influenciando grande parte dos homens que passaram a tratar o mundo como uma grande máquina, e como se cada país, continente, nação fossem partes que podem  ser tratadas isoladamente quando tiverem problemas, porém, segundo Sonia Hoffman, uma das personagens do filme, tal forma de pensar faz com que os homens não consigam realmente chegar a uma conclusão dos problemas do mundo, pois como veem cada parte individualmente acabam por ignorar o efeito que cada parte causa nas outras, o que faz com que as soluções até então encontradas não surtam real efeito. 

E tal reflexão se faz necessária nos dias atuais, pois vemos um mundo cada vez mais problemático, mas ao mesmo tempo que os problemas crescem a individualidade também cresce, e assim passamos a olhar apenas pra o nosso mundo particular, para os nossos problemas e nos esquecemos que somos parte de um sistemas que está interligado, e se uma das partes está doente todas as outras ficam prejudicadas. Talvez, se refletíssemos mais sobre tal indagação teríamos mais soluções do que problemas, talvez a situação política do Brasil estivesse melhor, talvez o meio ambiente não estivesse tão desgastado, e talvez houvesse mais respeito entre as pessoas. Dessa forma o filme nós faz pensar sobre a forma que estamos lidando com o mundo que temos, e nos mostra que a individualidade não é a resposta para os problemas, mas que a coletividade pode ser o início da solução

 Pietra Bavaresco - 1º ano Direito diurno

Problemas sociais mais do que projeto de Política

No filme "O ponto de mutação" podemos observar aspectos da política brasileira atual e da crise em que vivemos. Assim como há um trecho em que um dos personagens diz "os eleitores querem líderes mais burros que eles, pois eles são menos danosos, é uma forma barata de cinismo"; e talvez o que falte na política brasileira é os eleitores engajarem-se mais na política em vez de deixarem-se manipular pela mídia e continuarem alienados frente a essa ciência, pois o que os políticos praticam é cinismo, basicamente, porque vivemos em uma sociedade onde o povo não conhece seus próprios direitos, e que, portanto, não lutam por seus direitos sociais.
Do mesmo modo, é a política e os políticos sejam mais do que uma disputa entre direita e esquerda, o que se relaciona também com nossa atual crise. O Brasil se dividiu entre dois partidos, considerados um de direita e outro de esquerda, mas as propostas efetivas não estão sendo apresentadas e há fatos a serem analisados de ambos os lados, e essa disputa tem desencadeado uma crise tanto no sistema político quanto no sistema econômico no país, que não consegue mais se manter no devido equilíbrio entre esses lados opostos. Isso precisa mudar, porque assim como o pensamento de Descartes deixou de ser prioridade nos dias atuais, essas ideias mecânicas também deixaram de ser.
O Brasil não deve ser analisado através de pequenos setores da sociedade mas sim como um conjunto, quando o país entra em crise as primeiras pessoas a sofrerem com isso são os setores das classes mais baixas, pois empresários e empreiteiras serão atingidas de forma insignificante. É o setor popular que fica desempregado e sofre com a inflação das crises econômicas. Além disso, há o fator do meio ambiente, que não havendo desenvolvimento sustentável, o conjunto sofre com isso.
A cientista, desiludida com tudo o que presencia ao seu redor, decide afastar-se da vida política e dedicar seu tempo a ciência e a leitura, ao encontrar-se com o poeta e Jack, surge um conflito, os dois mostram-se como duas opiniões de divergem uma da outra sendo o poeta quem possui a função de media-las. Os encontros e as trocas de informações entre ambos muda as concepções do políticos que previamente aos encontros eram completamente diferentes, a mulher, através de suas ideias e revoluções políticas mostra como muita das vezes os políticos erram justamente por não serem aptos a analisar fatos que merecem a devida atenção, mais do que outros assuntos.

Fernanda da Silva Miguel - 1o ano Direito Noturno 


Desconstruindo o Método

Sonia Hoffman - de "O Ponto de Mutação" - vai contra tudo aquilo que foi preconizado e aplicado por Francis Bacon e por René Descartes. A cientista adota uma ideologia contrastante com a da maioria das pessoas. Dessa forma, sua linha de pensamento difere muitíssimo da dos outros personagens do filme, sobretudo da do político. Este, por sua vez, tem uma visão completamente mecanicista, sempre procurando explicar as coisas do mundo por meio da dissecação dos fatos, ou seja: analisando separadamente cada partícula para somente depois compreender o todo (assim como pensava Descartes).

O filme, baseado no livro homônimo, nos ensina, por meio do pensamento da cientista, a repensar o mundo e compreendê-lo de forma mais abrangente. Sonia traz o pensamento de que tudo deve ser estudado a partir do grande sistema do qual faz parte, e não partindo de suas mínimas partes. Por sua vez, tal pensamento nos leva a uma análise das atitudes humanas e de suas consequências em nosso planeta.

As discussões presentes no filme encontram-se repletas de teorias acerca de fatos cotidianos, sempre com um quê de preocupação com o meio ambiente. A cientista, desiludida com as pessoas, se isola em uma região afastada. É nessa região que se dá o encontro com o político, sendo o poeta uma espécie de pivô da relação entre as duas linhas de pensamento.

Como conclusão, temos que o político adota a ideologia ecologista de Sonia, prontificando-se a aplicá-la em sua atuação política. O encontro serviu para desconstruir e reconstruir ideias, deixando a noção de que o mundo, grande sistema formado por relações, deve ser estudado e compreendido como um todo, de maneira que se observem as consequências dos atos da humanidade, e não de maneira cartesiana, mecanicista e, de certa forma, inconsequente.


Thales Flausino Alves Ferreira
Direito - 1º ano - Matutino

Ponto de mutação

O filme "Ponto de Mutação", uma adaptação do livro de Fritjof Capra, tem seu roteiro baseado no diálogo de três pessoas, um poeta, uma ex-física e um político. A ex-física, Sonia, inicia o diálogo criticando o método científico de Descartes, em que ele propõe a fragmentação dos objetos para a análise. Essa maneira superficial e mecanizada de observar e estudar as coisas, faz com que a análise das relações entre todos os objetos da natureza seja esquecida e dessa maneira, a capacidade de questionamento dos seres humanos se esvair. Para ela, a necessidade de mudança é clara, já que devemos escapar do conforto dos processos, onde temos o controle, mas muitas vezes não a compreensão. 
O princípio para esta mudança é ver o todo, e antes de fracioná-lo entender sua conexão, interatividade, integração. Devemos ver o impacto global de nossa existência individual, nunca esquecendo que vivemos ciclos contínuos. Para o desenvolvimento de uma condição de perpetuidade e oportunidades para o futuro, devemos aplicar uma nova percepção de mundo, um raciocínio ecológico, em contraponto ao pensamento cartesiano. Enxergar o mundo de maneira cíclica, saber que todas as ações tomadas pelo homem, produzem suas consequências.  

Stella Cacia Bento Schiavom, 1º ano de Direito (noturno)

A importância da participação da cientista no dialogo



De um dialogo entre 3 personagens com naturezas distintas é que nasce o filme ‘ Ponto de mutação ’. A trama gira em torno do debate entre uma cientista, um politico e um poeta, os quais retomam assuntos atuais quanto ao contexto histórico do filme (década de 90), sendo a destruição do homem pelo homem(bomba atômica) um deles. No decorrer da obra cinematográfica, é perceptível a negação da atualidade que a cientista faz a partir das teorias cartesianas, as quais, em seu entendimento de mundo, trazem malefícios a sociedade atual.

Mesmo que haja um processo de reconhecimento por parte da cientista de que a teoria cartesiana sobre o método foi útil quando em sua introdução, ela vê a necessidade de que tal teoria seja superada na contemporaneidade, pois esta apresenta limitações e é nociva ao homem. O método cartesiano previa que o objeto de estudo (seja ele qual for) fosse simplificado e separado em partes para facilitar o entendimento do homem. Essa visão mecanicista, introduzida por Rene Descartes, encontra-se desatualizada, fato que comprova sua limitação, tendo em vista que há a apresentação, por parte da cientista, de que todos os objetos são partes de um sistema maior, sendo assim eles não podem ser vistos separadamente e, muito menos, serem simplificados para que o homem usufrua dos benefícios destes. Além disso, o processo é nocivo por que reafirma um pensamento presente na sociedade contemporânea: o funcionamento dos objetos como se fossem maquinas.

A contribuição da personagem Sonia, a cientista, enriquece o dialogo pois ela introduz pontos que são extremamente necessários de se debater na contemporaneidade: a revisão na percepção de mundo que o corpo social apresenta, ou seja, a superação da visão de que tudo apresenta-se como uma maquina. 

Ianca Tonin - 1° ano de direito matutino




REVOLUÇÃO SÓCIO-CIENTÍFICA

Há um pouco mais de duas décadas, era lançado o filme "Ponto de Mutação", um longa-metragem fortemente aclamado pela crítica. O drama aborda o diálogo de três pessoas (um político, um poeta e uma cientista), que, embora bastante diferentes em determinados aspectos, encontram-se abertas a novas experiências e a novas reflexões. Nesse contexto, coloca-se em xeque certos pensamentos e visões de mundo já consolidadas, de modo a quebrar paradigmas e a construir diferentes percepções da realidade.

Observa-se, desde o início, certa crítica à visão mecanizada e robótica que é exercida  pelos homens, considerando as ideias propagadas por Descartes as principais vítimas desse descontentamento. Há, dentro desse cenário, um forte julgamento em relação à medicina moderna e ao cientificismo exarcebado, dado o caráter obscuro e, muitas vezes, prejudicial deste. Para ilustrar esse pensamento, as personagens analisam a perda da capacidade de indignação em identificar aquilo que é abominável, sendo essa característica denominada "crise de percepção", um mal que assola a humanidade. A sala de tortura, no filme, exemplifica tal concepção.

Os novos ideais propagados, nesse sentido, buscam a criação de uma ciência mais abrangente, realista, que conecte, de maneira holística, os seres sociais e biológicos, de modo a enfatizar a interdependência existente entre eles sob a égide da chamada "teoria dos sistemas vivos". O pensamento ecológico, nessa direção, faz-se certeiro, apesar da natureza ainda ser vista, em alguns casos, como um mistério. Além disso, as personagens destacam a importância das conexões físicas como fonte primária da proposta em questão. Há, portanto, um rompimento drástico com os ideais vigentes, uma vez que o longa propõe movimentos revolucionários não só para a ciência, mas, sim, para o rumo da sociedade em geral.

Bruno Medinilla de Castilho - 1º ano Direito matutino

Um ponto de mutação: uma nova percepção

     O filme “O Ponto de Mutação”, baseado no livro de Fritjof Capra, nos apresenta o diálogo de três personagens (uma cientista, um político e um poeta) sobre a crise da percepção e os problemas do mundo. Ao longo da obra nos deparamos com as falhas dos pensamentos científicos como o de Descartes, Bacon, Newton e entre outros.  Percebemos como a visão mecanicista e fragmentada trouxe problemas para a sociedade, que trata o homem e a natureza como se fossem máquinas e que lida com os problemas do mundo separadamente, sem constatar que todos estão relacionados.
     Tal ideia presente no filme esta claramente ligada ao mundo hodierno. Seja a ameaça nuclear, o problema com a geração de energia, a destruição do meio ambiente, a fome nos países subdesenvolvidos ou a desigualdade presente em todos os continentes, todos os problemas então conectados, e tentar resolvê-los separadamente, como é feito atualmente, não é a melhor opção.  Podemos notar isto na resolução dos problemas no Brasil. Ano passado uma grande discussão acerca da redução da maioridade penal repercutiu no meio político e midiático. Identificamos essa forma fragmentada de resolver as questões com os cidadãos e políticos que apoiavam a redução, pois acreditar que reduzir a maioridade penal para 16 anos reduzirá a violência é olhar para apenas um problema separadamente. A questão da violência está muito intrínseca em nossa sociedade e tem profunda relação com o abismo social, portanto colocar mais jovens na cadeia apenas atingiria suas consequências e não a causa do problema.
     A crítica presente na obra cinematográfica se encaixa perfeitamente na análise que devemos fazer de nosso mundo contemporâneo.  No filme entendemos que o maior problema da humanidade é a percepção.  Precisamos mudar nossa percepção sobre o mundo, torná-la menos individualista e materialista e parar de usar as tecnologias para a destruição do meio ambiente. É preciso enxergar mais a conexão entre as pessoas e entre a natureza e não tratá-las como máquinas e como um sistema fechado e imutável. É preciso pensar nos problemas como um todo e não em fragmentos. É preciso um ponto de mutação, e essa mutação é uma nova percepção para os seres humanos e sobre os seres humanos e a natureza.

Ana Paula Mittelmann Germer- 1º ano direito/noturno

Concepções

Analisando-se a obra cinematográfica "O Ponto de Mutação", de 1990, nota-se que muitos conceitos e problemas vividos há mais de 20 anos ainda permanecem em destaque.
René Descartes, filósofo do século XVI, expõe uma visão "mecanicista" sobre a humanidade, ou seja, o mundo e seus organismos são equivalentes a máquinas -pensamento até hoje vigente-. Sonia (um dos personagens; possui carreira de cientista), critica constantemente esta concepção, pois, para ela, ambos são seres muito mais complexos e dotados de infinitos valores como num sistema, apesar do grave crise que persegue os homens: a falta de percepção. Além deste fato, tem-se uma equivalência entre a Física e os problemas mundias: os átomos correspondem aos problemas isolados (analisados caso a caso) e suas conexões, ao objeto formado, ou seja, analisar as partes não definem o todo, separar em casos os problemas não se faz possível uma percepção de suas dimensões e muito menos, suas soluções.
Outro filósofo do século XVI, também citado na obra, Francis Bacon apresenta uma visão patriarcal do homem e sua dominação do mundo, afirmando que os cientistas, com seus aparelhos, deveriam torturar a Mãe Natureza para obter seus segredos, extraindo o máximo que pudesse. Com base neste fato, a discussão, que entra em pauta no diálogo dos três personagens centrais do filme, baseia-se na relação problemática entre o homem e a natureza, a deterioração que o primeiro causa na segunda e as graves consequências que pode-se obter.
Mesmo após séculos de diferença entre os filósofos e a geração atual, ainda percebe-se a grande influência que estes pensamentos têm sobre o contexto da humanidade. O filme traz à tona esses conceitos, fazendo com que seja possível a reflexão de como as pessoas se portam diante da dinâmica do planeta, suas relação interpessoais e suas perspectivas quanto ao futuro.

Aline Bárbara de Paula Coleto. 1º ano - Direito Matutino.

A Percepção como meio de superação

       A Obra cinematográfica "Ponto de Mutação"apresenta o dialogo entre três pessoas tendo como tema as forças sociais,políticas,econômicas e suas tendências.Sugere que todo ponto de mutação consiste na passagem do velho para o novo,no renovar.Expõe que para que isso ocorra de maneira eficaz teremos que vencer o grande problema da humanidade como um todo:a percepção. 
       A falta de percepção de acordo com o filme é a responsável por vários problemas que nos afetam desde o século xx como desmatamento ambiental,ameaças nucleares,desigualdade social,preconceitos étnicos e raciais...
       Dessa forma se a visão que temos do mundo é o reflexo de quem somos,devemos alterar a nossa capacidade de percepção e superar filosofias que regem a sociedade a mais de 300 anos. Métodos cartesianos herdados de Descartes que separam partes de um todo para serem analisadas e concertadas,mas que nunca analisam a origem e as razões de estar quebrado,devem ser superados.Não que essas filosofias não foram importantes para o homem,elas libertaram a razão do poder eclesiástico e supersticioso,mas atualmente não é compatível analisarmos o mundo somente a partir delas.
       O mundo deve ser visto como um todo através das relações existentes entre cada objeto que compõem a natureza.Não se pode olhar os problemas globais separadamente.Devemos entender as conexões para depois resolvermos os problemas.A exemplo a atual crise politica brasileira,com todos os casos de corrupção,muitos acreditam que para supera-los basta punir os envolvidos e aplicar maior controle as atividades públicas.No entanto a corrupção é uma questão cultural e moral e que para ser superada deve ser analisado suas origens históricas,toda a estrutura do país e o cenário que permite que ela seja tão frequente.
         
         Jéssica Xavier Pereira 
         1ºano noturno

Manto do egoísmo

A crise de percepção, a diferente perspectiva e a necessidade de mudança são tópicos abordados no simples, mas profundo filme "Ponto de mutação". Tal longa, baseado no livro de Fritijof Capra, trata dessa nova visão em uma conversa reflexiva de três personagens. Entre eles está Sonia, uma física, que ao criticar a mentalidade fragmentadora na teoria de Bacon e Descartes propõe uma nova visão sistêmica da realidade. 
Esse sistema proposto se pauta numa visão do mundo dividido em partes que se relacionam entre si, e que então, não podem ser analisadas individualmente, como no sistema mecânico. Entretanto, não é dentro dessa ótica que nós, seres humanos, nos inserimos hoje.
É perceptível o mal que fazemos a natureza e aos que estão em nossa volta. Com uma mentalidade egoísta, desejamos o controle da natureza para nossas próprias satisfações. Encontramos assim, exemplos como o desmatamento,a poluição, assassinatos, extinção de animais e o intenso desperdício.
Com isso, ao desconsideramos a teia de relações, fazemos mal a natureza e a nós mesmos, abandonando nosso futuro, o planeta e as próximas gerações. Para reconsideramos toda essa conexão, mudarmos nossa maneira de pensar e a realidade em volta, é preciso que tiremos o manto do egoísmo e atinjamos então o ponto de mutação.


Gabriela Guesso Pereira
1° ano Direito diurno

A Evolução Social através do Dialogo Aberto.

            A obra “O Ponto de Mutação” é uma meticulosa crítica da percepção vigente na atualidade, feita através da sétima arte consegue em seus mínimos detalhes ter um salto do pensamento individual para o coletivo, ou até mesmo  nas palavras da personagem Sonia Hoffman “ um Sistema vivo”. Até a escolha das personagens gera um ótimo meio para o dialogo aberto que acontece no filme. Thomas Harriman o poeta com problemas familiares, sempre explicando e convencendo seu amigo Jack a ser suscetível ao novos pensamentos, Jack Edwards candidato frustrado a presidência que possui ligação direta com a politica e que a cada teoria busca um meio de levar a pratica  e Sonia Hoffman a ex-física, ex-cidadã americana, ex-eleitora e atual cientista que após ver sua pesquisa usada para fins militares coloca-se em uma torre de marfim e gera um novo ponto de vista sobre a sociedade.
            Mesmo o filme sendo uma obra do ano de  1990 é mais que atual em nossa sociedade, inclusive um argumento que usa para criticar o modo de percepção cartesiano é que o contexto que a sociedade está inserida hoje é tão destoante com a sociedade que Descartes vivia que já não se pode usar seu ponto de vista para resolver problemas. Em escala ascendente critica a percepção construída por Descartes , pois o que a sociedade necessita hoje é um conhecimento total , para transformar nossa sociedade em uma sociedade sustentável em oposição de Descartes e Bacon que fragmentam o conhecimento para transformar a sociedade em algo que domina a Natureza sem levar em conta que ela está inserida nesta.

            Mas o conhecimento máximo que transparece no filme é o de transformação do conhecimento, o do dialogo aberto, de livre pensamento que se praticado pela sociedade levaria a respostas e transformações validas à sociedade. E é o que aconselha  a todos pois se fixado a uma ideologia o conhecimento fica ultrapassado, como Bacon que através do saber quis dominar, usando seu próprio método de reflexão e experiência no contexto atual leva à vida em sociedade sem dominância e sim com harmonia. E que é inevitável para a evolução social fazer isso repetidamente no futuro.

Lucas André Silva, 1º ano de Direito(Noturno)

Crise do pensamento mecanicista



O filme “o ponto de mutação”, 1990, adaptação da obra literária de mesmo nome, de Fritijof Capra, aborda questões filosóficas muito atuais e traz reflexões profundas sobre o pensamento do homem em diversos momentos, a prisão às informações antigas sem perceber que os tempos mudaram. O próprio título sugere um momento histórico, de mudança, novidades, afastamento dos conceitos velhos estabelecidos.
No filme é abordado o pensamento mecanicista de René Descartes e Francis Bacon, que diz que o mundo é semelhante a um relógio e a natureza igual uma máquina, e para compreende-lo bastava desmontar suas peças e analisa-las. É abordado também o pensamento holístico, onde é investigado cada parte para se chegar ao entendimento do todo, dando ênfase às interações entre cada parte.
Há uma crise abordada no filme, pois, os problemas são ligados uns com os outros e o pensamento mecanicista trata cada problema como isolado, gerando uma falta de respostas para os problemas apresentados na sociedade moderna. Fica evidenciado que a verdadeira crise é a de ideias, na qual a ciência é tratada como específica, cada uma em sua função e não como um todo.
Por fim, considero um filme de grande valor àqueles que buscam novas formas de perceber e relacionar-se com a vida em toda a sua diversidade, pois é proposto uma nova visão de mundo, pensamento e entendimento da vida.
Carlos Roberto S. Nogueira,
1o ano Direito, Noturno  


Crise no Brasil: Ponto de Mutação para a política e sociedade brasileira

“A política é uma casa de espelhos para narcisos”; “A política confunde a todos”; “Os eleitores querem candidatos mais burros do que eles”: estes são alguns excertos dos diálogos, acerca do fenômeno político, extraídos do filme Ponto de Mutação, que se baseou em obra de Fritjof Capra. Contudo, a fala mais marcante sobre tal tema trata da “política do impossível”, a qual se comprometeria com a informação, o empoderamento dos cidadãos, para que estes também se sentissem responsáveis pelos problemas enfrentados por suas sociedades.
Observando o contexto brasileiro atual, verifica-se a proliferação, em espaços físicos e virtuais, de manifestações populares contra a corrupção na Administração Pública, a favor ou contra o PT - Partido dos Trabalhadores, a Presidenta Dilma ou o Ex-Presidente Lula. Entretanto, este comportamento denota maior engajamento da população brasileira?
É evidente que não, pois, caso o país não estivesse também em crise econômica, que tem afetado o padrão de consumo da sociedade, esta aparente preocupação com a situação política não se revelaria tão exacerbada. Ademais, sob uma perspectiva sistêmica, também abordada no filme supracitado, pode-se concluir que o problema da corrupção e da instabilidade política no Brasil não se limita ao PT e aos seus partidários, mas sim a uma cultura de corrupção arraigada na sociedade nacional, assim como a um sistema desgastado de presidencialismo de coalizão, em que o Executivo inferioriza-se em relação ao Legislativo e, sob o pretexto da governabilidade, engendra-se uma teia de relações suspeitas entre governo, iniciativa privada, partidos políticos, parlamentares, elites regionais.
Portanto, não pode ser considerado engajado, um indivíduo que somente vocifera contra determinado político ou partido, sem tentar compreender, de maneira holística, os problemas do país e, principalmente, sem assumir a sua parcela de responsabilidade sobre eles, o que envolve a não aceitação de “pequenas” corrupções cotidianas, o respeito aos direitos dos demais indivíduos, o cumprimento de deveres, a defesa dos próprios direitos, a participação nos mecanismos legítimos de controle social da Administração Pública.
Para o modelo de “política do impossível”, idealizado no filme em questão, o contexto de crise no Brasil deve ser encarado como oportunidade de reflexão e mudança paradigmática, com efetiva participação popular. Então, torna-se irrelevante apontar culpados, “caçar bruxas”, vestir vermelho ou preto, posicionar-se do lado do “bem” ou do “mal”. Premente é a necessidade, independentemente da consumação do impedimento presidencial, de efetivar a reforma política, avançando-se na discussão acerca de sistemas eleitorais e de governo, do financiamento eleitoral e partidário, da fidelidade partidária, das relações entre Executivo e Legislativo, entre governo e iniciativa privada.
 Neste “ponto de mutação para a política e sociedade brasileira”, além da classe política, deverão assumir papéis decisivos as universidades e a imprensa. Esta, no tocante ao processo de esclarecimento da população, o qual não admite vieses, para que possa haver o efetivo exercício da cidadania, e, aquelas, na compreensão da realidade sócio-política nacional, o que pode fomentar a propositura criativa de alternativas ao ultrapassado modelo político brasileiro.

Marcos Paulo Freire - 1º ano - Direito/Noturno

A atualidade e a visão sistêmica


         A obra cinematográfica “O ponto de mutação”, traz à tona temas extremamente atuais, como a atuação dos políticos, a superpopulação e a fome nos países de terceiro mundo, por exemplo, mas principalmente a questão da percepção que se tem do mundo e as formas para solucionar os muitos problemas existentes.
        O filme é composto por um diálogo entre uma cientista (Sonia), um político (Jack) e seu melhor amigo, um poeta e trata da visão mecanicista, incorporada por Jack, e do chamado pensamento ecológico, defendido por Sonia. Há uma crítica ao consumo excessivo e ao olhar fragmentado da realidade social.
        A necessidade da discussão sobre ética, valores morais e responsabilidades fica clara, no filme, com o levantamento de assuntos como o estado do mundo deixado às próximas gerações e as consequências das descobertas científicas e do posterior uso desses conhecimentos.
        O problema atual da desigualdade, à luz da perspectiva sistêmica da cientista, deve ser encarado de forma completa e não simplificada, como muitas vezes é mostrado. Além de distribuição de renda, educação e toda uma estrutura econômica são necessárias para que haja uma solução eficaz. Muitos problemas atuais são analisados de forma cartesiana, mecanicista, sendo fragmentados, gerando, assim, soluções parciais que mal atingem os efeitos colaterais dos problemas. Uma forma diferente de ver o mundo, mais completa, humana e efetiva é imprescindível.

Vívian Gutierrez Tamaki - 1º ano de direito diurno

O autoflagelo da humanidade

A obra de Fritjof Capra, Ponto de Mutação, nos introduz à teoria holística, que vê o mundo como um único sistema, no qual tudo está interligado, e a compara com o mecanicismo cartesiano, ainda a base da percepção do mundo das pessoas em geral. O filme mostra a conversa entre uma cientista, um político e um poeta, na qual a mulher desconstrói os conceitos ultrapassados deles, e à luz da física, da sociologia, da biologia, da economia, e de outras áreas do conhecimento, apresenta a visão sistêmica do mundo e os convence da fonte real dos problemas mundiais.
A compreensão mecanicista vê o mundo como se fosse uma máquina, surgiu com René Descartes, em seu pensamento metodológico, no século XVII, com a ascensão da burguesia e da modernidade, assim enxergava a solução dos problemas como peças defeituosas a serem trocadas, porém desconsiderava todas as outras conexões; ou seja, atua na consequência do fato e não em sua causa, o que mostra a limitação que tal visão possui, pois o mundo tem tantos problemas, que não podem ser revolvidos separadamente como se fossem peças. É feita uma analogia com a medicina atual que pesquisa a cura de doenças cardíacas, por exemplo, sendo que seria muito menos trabalhosa, dolorosa e onerosa a introdução de uma mudança de hábitos alimentares, agindo assim, na raiz da enfermidade; mas é sabido que a estrutura regente do comportamento das pessoas depende de fatores externos ao que concerne a impotência dos dominados e afetados pelas adversidades da sociedade, inviabilizando a transformação.
            As novas tecnologias surgem, então, a fim de solucionar somente o que atinge quem tem poder de compra para financiar pesquisas, há uma elitização do conhecimento, gerando maiores complicações, pois tais técnicas não se propuseram a saná-las de forma ampla, assim transferem-nas a outrem. Desta forma, além do conhecimento estar à disposição de poucos, os quais determinam o destino do mundo, uma vez que, de acordo com Francis Bacon, este tem o poder de dominação, é usado de forma antiética para atrocidades que envergonham a humanidade, resultando na destruição da própria natureza, objeto de estudo da ciência. O erro do mecanicismo foi que, corroborado pelas leis naturais de Newton, explicava os fenômenos da natureza no século XVII, destarte acreditava-se que os problemas estariam resolvidos, no entanto foram deslocados, pois não foram examinados holisticamente.
Chega-se a conclusão de que o mundo muda mais rápido do que a percepção das pessoas e que precisa-se de uma nova, mais abrangente, que dê mais firmeza e força na compreensão da realidade, com uma estrutura científica coesa e coerente: a teoria dos sistemas vivos. Sua fundamentação metafórica e prática é que, como os átomos e as partículas subatômicas, tudo e todos estão conectados por forças e que juntos formam uma teia, um sistema, que compõe todo o universo. Desta maneira, as coisas devem ser vistas como um todo, pensando nos princípios de organização da vida e de sua natureza interdependente.
            O individualismo do homem é tamanho que sua busca incessante pelo conhecimento causa sua própria deterioração, já que a natureza é finita para fornecer os bens que ele usa para nutrir o egocentrismo de seu poder de dominação. Ao passo que a humanidade caminha em direção ao fim, a natureza continuará se renovando, se organizando, se mantendo, se transcendendo, pois um sistema vivo depende do ambiente, mas este não é determinado por aquele. A natureza cria novas formas, a evolução é sobre criatividade, não sobre adaptação; e o ser humano se limita à co-evolução, pois evolui com o planeta, depende do ambiente, também parte do sistema. Portanto, ou o homem amplia seu campo de visão para melhorar a vida humana como um todo em busca de uma sociedade sustentável ou irá se autoflagelar patologicamente e inconscientemente; pois maioria dos entraves hodiernos, sejam sociais, econômicos ou ambientais, provém do nocivo ideal de crescimento excessivo.

Henrique Mazzon - Direito Noturno