sábado, 26 de março de 2016

Um ponto de mutação: uma nova percepção

     O filme “O Ponto de Mutação”, baseado no livro de Fritjof Capra, nos apresenta o diálogo de três personagens (uma cientista, um político e um poeta) sobre a crise da percepção e os problemas do mundo. Ao longo da obra nos deparamos com as falhas dos pensamentos científicos como o de Descartes, Bacon, Newton e entre outros.  Percebemos como a visão mecanicista e fragmentada trouxe problemas para a sociedade, que trata o homem e a natureza como se fossem máquinas e que lida com os problemas do mundo separadamente, sem constatar que todos estão relacionados.
     Tal ideia presente no filme esta claramente ligada ao mundo hodierno. Seja a ameaça nuclear, o problema com a geração de energia, a destruição do meio ambiente, a fome nos países subdesenvolvidos ou a desigualdade presente em todos os continentes, todos os problemas então conectados, e tentar resolvê-los separadamente, como é feito atualmente, não é a melhor opção.  Podemos notar isto na resolução dos problemas no Brasil. Ano passado uma grande discussão acerca da redução da maioridade penal repercutiu no meio político e midiático. Identificamos essa forma fragmentada de resolver as questões com os cidadãos e políticos que apoiavam a redução, pois acreditar que reduzir a maioridade penal para 16 anos reduzirá a violência é olhar para apenas um problema separadamente. A questão da violência está muito intrínseca em nossa sociedade e tem profunda relação com o abismo social, portanto colocar mais jovens na cadeia apenas atingiria suas consequências e não a causa do problema.
     A crítica presente na obra cinematográfica se encaixa perfeitamente na análise que devemos fazer de nosso mundo contemporâneo.  No filme entendemos que o maior problema da humanidade é a percepção.  Precisamos mudar nossa percepção sobre o mundo, torná-la menos individualista e materialista e parar de usar as tecnologias para a destruição do meio ambiente. É preciso enxergar mais a conexão entre as pessoas e entre a natureza e não tratá-las como máquinas e como um sistema fechado e imutável. É preciso pensar nos problemas como um todo e não em fragmentos. É preciso um ponto de mutação, e essa mutação é uma nova percepção para os seres humanos e sobre os seres humanos e a natureza.

Ana Paula Mittelmann Germer- 1º ano direito/noturno

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