segunda-feira, 7 de novembro de 2016

a hora e a vez do morro

Aquele que luta,
Que quer garantir seu lugar,
Enfrenta.
Não é fácil superar.
As correntes persistem.
Os chicotes são cassetetes,
Bala de borracha.
Que racha, machuca, separa.
As mãos estão presas na enxada.
Na lata, na vassoura, no pano.
Pelo cano escorre uma coisa de obediência.

O morro não tem vez!
O que ele fez já foi demais.
Mas quando derem vez ao morro.
Quando toda a cidade cantar.
E quanto o negro avançar.
Ocupar.
Vai ecoar um riso.
Vai existir liberdade?

Um direito que serve a quem?
Emancipação ou manutenção.
“Boaventurados os convidados para ceia do senhor”
Que comem de privilégios e voz.
Um direito que reformule.
Que transforme.
Que traz direito.
Que pega e puxa aquilo que se deve garantir.

Educar e ocupar
Espaços de poder.
Brancos espaços de poder.
Não espere a mudança estrutural
Enquanto sangue e suor escorre da pele preta.
O Estado e suas mão que vão tocando,
Vão apalpando e trazendo o morro pra dentro.
O sistema que vai contra o muro.
O duro sistema e murro na estrutura.


A carne mais barata é a carne que vão ter que engolir.

José Eduardo Adami - 1º ano Direito Noturno






  

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