terça-feira, 25 de outubro de 2016

Deixe a Rosa ser rosa!

nasceu rosa
pensava como rosa
sentia como rosa
via-se uma linda rosa
mas quem define Rosa?

o biólogo? o médico? o botânico? ou o açougueiro?
define-se sem zelo
não se sabe se rosa é Rosa ou Pedro
Porque então não fazer Direito?

direito formal, não...
afinal, Rosa não é rosa de corpo, mas de alma
alma rosa, diversa, presa numa sociedade de concreto
cárcere que impede a bela rosa de ter lugar

falo de direito material
sem o qual, o social sucumbe ao patrimonial
aquele que se importa com as flores
aquele que respeita os valores

a modernidade é complexa
sua racionalidade muitas vezes irracional
seu direito artificial frequentemente inidôneo
vital, neste cenário, o sentimento de justiça espontâneo

Ora, mas quem liga pro sentimento da rosa?
seu comportamento é patológico, aponta o letrado 
raciocínio temerário, ilógico, por vezes infundado
desconsidera os reais preconceitos que torturam a doce Rosa

que mal faz teu novo nome se este é tão singelo?
que mal faz trocar o azul pelo rosa?
que mal faz trocar-lhe o estame pelo carpelo?
se nenhum mal o faz Excelência, por delicadeza, deixe a Rosa
ser rosa!



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