sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Um sanduíche, o lápis e este blog: relações sociais?

Titulo estranhíssimo, confesso. Talvez você tenha parado para lê-lo por tamanha estranheza ou simplesmente tenha achado de um mal gosto tremendo deste que vos escreve e passará adiante, pois bem, se você continua a ler (olha, dá tempo de parar), por algum motivo isso te chamou a atenção, está na terceira linha e você ainda insiste... vamos lá... Tentaremos estabelecer a(s) nossa(s) Ação (ões) Social (ais)! Muito simples: nada mais que é um conceito Weberiano, essa ação só existe quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros, uma forma de 'relacionamento'. Ok? Ok!

Weber foi feliz e muito além de Durkheim e Marx, ambos coletivistas e deterministas no campo sociológico, que tratavam a sociedade como uma manada truncada ou ainda, mais parecendo um mero apêndice numa sociedade-Leviatã em processo desconfiguração, não enxergavam o indivíduo enquanto ator social, o jurista alemão (que mais se via como sociólogo), nos ajudou a ter compreensão das diversas áreas das ciências humanas de uma forma articulada, interdisciplinar e “horizontal”, tratando os diferentes contextos sociais (seja de ordem econômico, político, social, religioso, ou cultural) como interdependentes de forma com que nenhuma determina as outras, mas todas se influenciam mutuamente.

Na visão de Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das ações sociais, e fazê-lo é encontrar os nexos causais que as determinam. Para isso ele propugna 4 tipos ideais de “ação social”: 1. Ação social racional com relação a fins; 2. Ação social racional com relação a valores; 3. Ação social afetiva ou emocional; e 4. Ação social tradicional;
Todas essas postagens neste blog são ações sociais, com toda certeza, do tipo racional com relação a um objeto, afinal, fazemo-la com a intenção de atingir um fim, um objetivo, que nada mais é do que a nota final, que, em conjunto com outras notas finais, poderemos requerer bolsas, auxílios e iniciações. Contudo, como uma sociedade plural e movida por diferentes interesses, nada impede que essas postagens sirvam apenas como uma ação social afetiva, em que seus autores usem-na para envaidecer-se, movidos por “orgulho”, “honra”, “inveja”, “soberba” e outros sentimentos egoísticos ou não. Formando então uma grande rede de compartilhamento de ações sociais. Interagimos bem.  

Tá, mas onde entra o sanduíche e o lápis nessa conversa, rapaz?! – Você indaga.


Provando que todos nós precisamos da relação social, que são ações sociais conectadas de algum modo, apresento-vos a história de um sanduíche e de um lápis.

Bem, todos sabem que um sanduíche é a coisa mais fácil de encontrar em países capitalistas, portanto, além de fácil é barato, pela quantidade de concorrência no mercado em questão, contudo, existiu um homem que levou 6 meses e gastou mais de 1.500 dólares para ‘saborear’ seu próprio hambúrguer, Andy George passou seis meses para fazer um sanduíche partindo do zero, não comprou nem o sal para tempero, tudo feito por suas próprias mãos. Veja aqui: 



Agora, a vez do lápis (ou de uma caneta que você use) faça uma reflexão de onde ele vem? de que modo foi feito? por quem? por qual razão? Pense numa genealogia do lápis, por mais que seja um objeto tão simples, não existe no mundo um só ser humano que possa faze-lo sozinho.Um simples lápis, na verdade, é muito complexo. Até que ele chegue às mãos do usuário, muitas pessoas contribuíram com sua produção: o profissional que corta a árvore, outro que transporta a madeira, os funcionários que trabalham nas fábricas, a pessoa que serve o alimento dos trabalhadores, aquelas que fabricam os alimentos e assim por diante. Deste modo, todos os objetos fabricados são manifestações puras do processo de energia criativa, do processo de trocas gerido por essa energia criativa, que advêm de pessoas desconhecidas, com interesses diferentes e que participam de contextos sociais diferentes, tendo, portanto, ações sociais por vezes opostas. Mas elas em conjunto produziram o lápis. Veja: 

"A Sociologia é compreensiva."
Max Weber
Victor Hugo Xavier, 1° ano Direito - Noturno.

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