sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Dizeres atemporal

Max Weber e Émile Durkheim desenvolveram suas obras quase que em períodos simultâneos. Em ambas as perspectivas se considera como o dever do sociólogo buscar o entendimento, a explicação de determinados fenômenos se eximindo de emitir um determinado julgamento, pautando sempre na neutralidade. Dessa forma, buscam se colocar do lado de fora do problema com o qual trabalham para compreende-lo. No entanto apesar de partilharem do mesmo método sociológico, é impressionante o quão marcante são as diferenças nas abordagens do estudo da sociedade desenvolvido por cada autor.
De acordo com Durkheim a sociologia deve se preocupar com o fato social, sendo esse fato exterior e coercitivo aos indivíduos que compõem a sociedade, sendo assim, acontecem independente da decisão de cada um isoladamente, conferindo estudo ao coletivo.  Já na obra de Weber, o objeto de estudo da sociologia é a ação social, estando mais preocupado com os aspectos mais próximos dos indivíduos, pois acreditava não ser apenas as instituições definidas por Durkheim ou a situação econômica do ser humano que motivariam suas ações. Para Weber, as crenças, as ideias e principalmente os valores são os grandes geradores de mudanças sociais. Dessa maneira Weber olha os indivíduos e constrói, a partir de suas relações, os tipos ideais, que consiste no instrumento que orientará a investigação das ações.
Soma-se a isso, que para Weber o social é sempre instável, sempre momentâneo, sempre sujeito a transformações, tendo o indivíduo liberdade para agir e modificar a sua realidade. Dessa maneira, dialogando com a atual situação do país e as decisões impostas ao social por instituições federais, se evidencia que os argumentos desenvolvidos por Durkheim no que se refere, ao poder conferido as instituições e no fato social como algo exterior as decisões da sociedade individual e em Weber, no que tange a capacidade dos valores dos indivíduos em fomentar mudanças. Se faz evidente como os dois sociólogos divergem em seus dizeres, mas fica claro que os argumentos apresentados permanecem atuais.

      Jéssica Xavier 
1° ano Direito Noturno

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