terça-feira, 6 de setembro de 2016

A compreensão do mundo social segundo Max Weber

Assim como Karl Marx e Émile Durkheim, Max Weber explorou diversos campos do conhecimento, sendo influenciado por estes dois sociólogos, elaborando inclusive críticas sobre suas obras. Diverge de Marx quanto ao papel da sociologia, pois segundo ele esta não deve dizer aos indivíduos o rumo certo a tomar, por ser uma ciência da realidade, devendo elaborar críticas e não buscar leis, diferentemente do que dizia o determinismo, sendo contra todos os tipos deste – dialético, funcionalista e positivista.
É representante da sociologia compreensiva, que busca entender o mundo social baseado nas ações individuais, enquadradas em determinado contexto. Assim, contrariando os demais clássicos, defende que para entender o funcionamento da sociedade é preciso fracioná-la, ou seja, observar as ações individuais. Em cada ação há influências de diversas instituições – estado, família, escola- correlacionando-se as várias ações sociais decifra-se a sociedade. Assim um ato pode comportar milhares de possibilidades que o influenciaram, sendo muito importante analisá-lo de acordo com a perspectiva de quem o praticou, e não de quem o está analisando, para compreender o valor do outro, sem necessariamente ratificá-lo.
Para facilitar a identificação de quais valores motivaram a ação, Weber cria os tipos ideais. São utopias, modelos para serem encaixados na realidade, usados para a análise. São de quatro tipos: racional relativo a fins; racional relativo a valores; afetiva e tradicional. Há no mundo uma enorme tendência de racionalização das ações, com o desenvolvimento do capitalismo e expansão dos meios urbanos, impactando na cultura, estado e diversas instituições. Entretanto está ocorrendo há algum tempo o crescimento da motivação relativa a valores, que pode ser observada pela grande expressividade da bancada evangélica na política brasileira e pela dimensão de movimentos como o do grupo terrorista Estado Islâmico.

A população imersa nessa sociedade finalista, em momentos de crise sente a falta de valores norteadores a serem seguidos, neste momento que são propagados valores como os religiosos, muitas vezes conservadores. Assim a atitude de terroristas ao massacrarem toda uma população de diversidade ética-religiosa é justificados pelos seus valores pré-estabelecidos que determinam que assim o devem fazer, havendo a crença de que este é o certo que agrada seu deus. O mesmo pode se dizer da bancada evangélica brasileira, que influencia grande parte da população, promovendo uma verdadeira conquista política para seus valores, que implica na condenação de valores de outros setores sociais. Ao condenar um homossexual, o fiel está sendo motivado pelos ensinamentos religiosos recebidos, ferindo, porém, as determinações de outrem.

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