segunda-feira, 8 de agosto de 2016


Fato social e a manutenção da (des)ordem
O ápice da filosofia de Èmile Durkheim consiste na teoria de fato social. O sociólogo funcionalista defende a ideia de que os homens sofrem certa coerção desde o momento em que ganham vida, amarrados aos preceitos de sua sociedade específica. Durkheim ainda explica que os fatos sociais não surgem apenas de necessidades sociais imediatas e nem de disposições individuais ou psicológicas, mas que, por trás de cada fato social, há uma causa eficiente, ou seja, outro fato social, intrínseco à sociedade.
 Dessa forma, ao analisar as sociedades e a vida como um todo, com embasamento na visão Durkheimniana, é impossível considerar a existência de livre arbítrio: cada homem que nasce já está condicionado a sofrer domínio de sua sociedade, repleta de implicações características que condicionarão suas ações futuras. Ações geralmente destinadas a conservar essas estruturas já existentes e, assim, manter a coesão e a ordem desse grupo.

Na sociedade brasileira atual, são propagados discursos que saúdam a meritocracia e, quando há defesa de algum integrante das minorias, tais argumentos são taxados como “vitimismo” pela parcela – ironicamente – favorecida da população.  Elucidando apenas a teoria de Durkheim, é quase nula a esperança de romper com as barreiras desse conservadorismo e subverter tal ordem, já que estão todos, ou, na melhor das hipóteses, a maioria, dominados pelos fatos sociais e suas causas eficientes.
Maria Eduarda Léo - diurno. 

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