domingo, 7 de agosto de 2016

A utopia de se estar sozinho

          Durkheim não acredita que o indivíduo é livre. Para ele, é impossível ser livre em uma sociedade, pois o grupo sempre influenciará nas ideias pessoais. Isso, para o autor, são os fatos sociais, ou seja, é uma coerção exterior exercida sobre o indivíduo.
          Esse fato social, porém, deve ser visto como "coisa", já que ele é inerente ao ser humano e consiste na análise do agir de um homem perante um grupo. Assim, os comportamentos humanos não são, necessariamente, próprios, e sim, sociais, pois eles se adequam a forma de pensar de uma sociedade, devido a esse poder coercitivo que o coletivo exerce sobre o individual. Prova disso é que, para Durkheim, a solidariedade consiste na atuação humana para que a coesão social seja assegurada. O maior problema dessa coerção é que, as vezes, o pensamento coletivo já está tão enraizado no individual, que passamos a acreditar que aquelas ideias são, de fato, nossas.
          Além disso, os fatos sociais são relativos à sociedade em que estão presentes, devido a sua causa efetiva. A "causalidade eficiente" nada mais é que a explicação de todo e qualquer fato social. Isto é, o porquê determinado fenômeno social possui determinada função em determinada sociedade. As mudanças, então, ocorridas em umas sociedade causam a desarmonia. E, por mais que elas sejam benéficas, acabam afetando a coesão social. Contudo, a função de um fenômeno social pode se modificar, desde que sua aparência exterior não mude. É através dessas mudanças que a sociedade sobrevive.
          Por isso, é impossível estar só. Nos pensamentos individuais, haverá pensamentos e ideologias coletivas. Para o pensador, então, o isolamento é algo utópico, pois sempre seremos influenciados pelo grupo e, dessa forma, sempre teremos algo de outras pessoas em nossa mente. Isso acontece de forma tão despercebida, que as ideias coletivas são tidas como nossa sem que notemos.

Mariana Smargiassi - Primeiro ano de Direito (diurno)

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