segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A PRÁXIS PARA MARX NA LÓGICA MERCADOLÓGICA MODERNA


Há algum tempo discuti com um amigo sobre o uso da música “Levanta e Anda” nessa propaganda:


Atenção ao trecho da música levanta e Anda “Esses boy conhece Marx nós conhece a fome então cerra os punho, sorria e jamais volte pra sua quebrada de mão e mente vazias”  
Atentem-se aos seguintes pontos da propaganda:
1º - um cara branco acorda com um despertador e coloca play e começa a tocar Levanta e anda do Emicida dura 1 segundo
2º - corta a cena para um grupo de pessoas negras dançando um break que dura aproximadamente 6 segundos 
3º- corta de volta pro cara branca passando o perfume da propaganda, dura menos de um segundo 
4º - corta pra um grupo de pessoas brancas andando de skate dura aproximadamente 4 segundos 
5º - corta pro cara branco andando em um carro também 1 segundo
6º - corta pra um cara branco fazendo um grafite e pra um cara branco fazendo exercícios seis segundos de duração
7º - volta paro cara branco chegando em um hospital no qual ele entra em uma sala de operação e pede pra dar play na música (havia parado um segundo antes) uma mulher negra dá play e reinicia a mesma música. Esse trecho possui seis segundos
 
8º - corta para imagem do Perfume e diz "Quasar, não pare" dura 5 segundos.
O meu questionamento foi: o Emicida vendeu essa música para ser usada nessa propaganda? O comercial não é incoerente com vários pontos do discurso dele? Conversando com um amigo este propôs uma leitura sobre o texto de Marx no qual este coloca que a práxis é o critério da verdade”. A análise de que a prática é a régua para definir o que é a verdade para este caso serve demasiadamente porquê não serviria de nada este cantor se manter longe do meio mainstream e manter-se na mesma situação em que se encontrava sem se beneficiar do sucesso de sua música.
Para concluir esta análise há uma música (ainda é cedo) do mesmo autor que com um trecho emblemático coloca:
E vou por aí, taleban / Vendo os boy beber Dois mês de salário da minha irmã / Hennessys, avelãs, camarins, fãs, globais / Mano, onde eles tavam há dez anos atrás
/ Showbiz como a regra diz, lek  /A sociedade vende Jesus, por que não ia vender rap? / O mundo vai se ocupar com seu cifrão / Dizendo que a miséria é quem carecia de atenção”


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