segunda-feira, 2 de maio de 2016

As amarras da sociedade

Émile Durkheim, a exemplo de Augusto Comte, traz para uma perspectiva racional e científica a análise social, a filosofia e a sociologia, pois, segundo ele, elementos passionais são prejudiciais ao exame científico. Em seu método, ele propõe a chamada “ciência da realidade”, ou seja, a análise partindo das coisas e então formulando-se a ideia, ao contrário do que ocorria na análise ideológica, criticada por ele.
O ponto mais conhecido da filosofia de Durkheim é o fato social, definido como tudo aquilo que exerce domínio sobre o homem e é independente dele e de sua vontade particular, sendo inerente às sociedades. A permanência da sociedade e de sua coerção sobre os indivíduos é fundamental para a compreensão de Durkheim, porque, em sua visão, os homens estão aprisionados às amarras impostas pela vida em sociedade e assim permanecerão, mesmo que se isolem. Isso ocorre pois, desde o momento do nascimento, o ser já é carregado de influências, de dogmas, estigmas e, melhor exemplificando, de fatos sociais; e, as regras da sociedade são extremamente coercitivas, o que só é notado, muitas vezes, ao tentar se livrar delas, o que não é possível.

A partir da ideia da sociedade prevalecendo sobre seus integrantes, é possível analisar alguns ocorridos, em que os indivíduos se abstêm das normas pré-estabelecidas socialmente e tentam solucionar conflitos partindo de seus ideais de justiça particulares. No mesmo instante em que ignoram os fatos sociais coercitivos sobre eles, já são coagidos por outros, em forma de punição, por exemplo. Isso é visível nos casos dos linchamentos e atentados.


Maria Eduarda Tavares da Silveira Léo - diurno

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