sábado, 16 de abril de 2016

Ordem é Progresso?

Em sua teoria positivista, Auguste Comte analisa a sociedade do jeito que ela é, de fato. Segundo o filósofo, como não há noções absolutas, não há necessidade de saber a origem das coisas. O correto seria se buscar as leis que regem fenômenos, através do raciocínio e observação.
                De acordo com Comte, a sociedade passa pelos estágios teológico, metafísico e, por fim, positivo. Nesse sentido, ordem seria uma condição para o progresso. Isto é, só será possível um amadurecimento da sociedade, se esta estiver, a princípio, estática. Assim, de acordo com a ordem, há uma hierarquia regida pela moral. Cada um teria o seu lugar na sociedade, como em uma engrenagem. O trabalho seria, portanto, um meio de dignificar o homem, de incluí- lo no contexto social de acordo com a ordem vigente.
                Podemos relacionar a visão de Comte com os movimentos sociais existentes. Tomemos, por exemplo, o caso do feminismo. A mulher, há algumas décadas, era tida como papel secundário nas relações sociais e haveria tarefas específicas para homens e mulheres. Essa era considerada a ordem: a mulher fazendo tarefas “de mulher”. Com o aumento da aparição do sexo feminino no mercado de trabalho, ela foi saindo do seu papel “de origem” e foi ocupando espaços considerados masculinos.

                Essa “quebra de ordem” proporciona certo desconforto para muitas pessoas hoje em dia, nota- se a grande quantidade de falas machistas frente ao movimento. Pode- se dizer que há um grande número de pessoas que possuem influência do pensamento positivista. Essa é considerada a harmonia do positivismo: cumprir o papel prescrito pela moral. Resta analisar qual seria essa moral.

Anna Beatriz Vasconcellos Scachetti
1ª ano- direito diurno

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