segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Positivismo Comtiano


A charge acima, de título “Um jovem positivista” (“A young positivist”) feito pelo desenhista George du Marier, demonstra de maneira bem humorada e sucinta como funcionava o pensamento comtiano. Para ele a sociedade deveria ser analisada como é e não como poderia ou deveria ser, pois somente desta maneira se chegaria a verdade, sendo esta a de que só se chega ao progresso pela ordem e pela ciência, pensamento tal que está exprimido em nossa bandeira.
Augusto Comte acreditava que a sociedade possui três estágios: o teológico, o metafísico e o positivo, em ordem progressiva. E ao chegar ao terceiro estágio, o positivo, a sociedade atingia sua maturidade e estava pronta para receber os avanços trazidos pela ciência e pelo homem. Para tanto seria necessário que cada um soubesse seu lugar na sociedade e a ele se ativesse de forma a não “atrapalhar” o progresso.
A falha no pensamento comtiano ao analisar a maneira com que a sociedade funcionava foi a de tentar prever o futuro por uma linha contínua e ordenada. Como havia analisado no passado a sociedade passa por processos e rupturas, sendo estas partes fundamentais para a sua continuidade.
É a desordem, as projeções idealistas do futuro e as rupturas que tornaram a sociedade no que ela era no período histórico de Comte e a transforma até os dias de hoje. A análise isolada de alguns fatos são verdades corruptíveis e ofuscantes. Corruptíveis por não enquadrarem em uma análise maior do contexto e portanto sujeitas a diversas interpretações; ofuscantes por impedirem de analisar outras verdades como possíveis e reais, como ao menino da charge que não pôde compreender o que é um milagre.

Tereza Gomes Leal - Direito Noturno, 1º ano.

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