domingo, 17 de abril de 2016

Comte e as consequências de uma formação positivista

Augusto Comte, ao elaborar a filosofia positivista juntamente a John Stuart Mill – inspirado por outros renomados pensadores como Descartes e Bacon – torna-se não somente um de seus fundadores, mas também como uma das principais expressões do movimento.
Influenciado pelo iluminismo e pela ascensão de uma sociedade industrial, Comte defende o conhecimento científico como o único realmente verídico, afastando o pensamento humano da teologia e metafisica.
O positivismo, em sua época de ascensão, infiltrou-se principalmente em sociedades que ainda não possuíam uma forte ideologia filosófico, o que ocorreu principalmente na América Latina e especificamente, o Brasil – influência esta vista até hoje no lema positivista da bandeira brasileira “Ordem e Progresso”.
No campo da educação, espaço claramente social, não é surpresa que esta doutrina também ganhou força. Influenciou fortemente na implantação de uma grade multidisciplinar, lutando contra a educação religiosa instaurada. Favorecendo as ciências exatas – principalmente as que possuíam embasamento científico –, o positivismo sustentou sua superioridade diante as ciências humanas, afastando o direcionamento da educação brasileira de um ensino mais acadêmico.
As contribuições de Comte são inegáveis no âmbito sociológico, ao defender a corrente positivista e o pensamento científico, onde os desdobramentos desta sua filosofia são vistos até hoje. Contudo, também é importante notar as consequências deste direcionamento na educação, que busca um ensino totalmente científico e profissionalizante, resultando na desvalorização das ciências humanas e, portanto, carecendo os alunos contemplados por tal educação de uma formação mais crítica e humanística.

Bárbara Jácome Vila Real; 1º Ano do Direito (Matutino)

Nenhum comentário:

Postar um comentário