domingo, 20 de março de 2016

Busca da superação metafísica

A obra de Francis Bacon “Novum Organum”, escrita no século XVII, propõe uma nova perspectiva para compreensão do mundo, baseado na observação, exploração da realidade e, consequentemente, na formação de um novo método científico. Bacon é considerado um empirista, isto é, o conhecimento provém somente da experiência, sendo captado pelos sentidos. Por ser empirista critica o inatismo (razão pura/inata) e afirma a teoria da tábula rasa, ou seja, o homem nasce sem conhecer nada, passa a conhecer o mundo por meio da experiência. Defende o método indutivo, caracterizado como um método empírico que analisa dados individuais, particularidades, visando à formulação de leis universais, dessa forma, contrapõe ao órganon, o conjunto de tratados e método científico de Aristóteles que foram aceitos inquestionavelmente como verdade. Bacon propôs-se a investigar os fundamentos do trabalho com base na teoria científica de Aristóteles, com o objetivo de colocar a natureza à prova.
Bacon mostra que a verdade, na ciência, surge da união da experiência e da razão. No entanto, precisa-se antes de tudo, libertar-se das falsas percepções do mundo ou ídolos que tornam a nossa sensibilidade falha. Esses elementos perturbadores do conhecimento serão extintos devido ao método indutivo. Afirma a importância da descoberta científica como busca do conhecimento novo por meio da exploração e experimentação sem limites, ou seja, por meio da interpretação da natureza. A sabedoria é uma forma de dominação, dá a capacidade de regular as ações a volta daquele que a detém, esse excerto pode ser facilmente relacionado à contemporaneidade, como por exemplo: os países considerados desenvolvidos são aqueles que detém uma maior quantidade de conhecimento científico, dessa forma, os países não possuidores, serão dependentes daqueles que possuem. 
O autor utiliza-se de aforismas em sua obra, ou seja, uma máxima que enunciada através de poucas palavras, explica ou afirma uma regra ou um princípio. No aforisma XXVIII, mostra a diferença entre antecipações da mente e as interpretações, enquanto a primeira é a base para o senso comum, baseiam-se em eventos familiares, sendo facilmente aceita pelo senso comum; a segunda é relacionada com vários fatos reais. Dessa forma, confirma a importância da busca da verdade por meio do empirismo e dos sentidos, superando, assim, a metafísica enunciada pela escolástica e pelos princípios aristotélicos.


Douglas Torres Betete – 1º ano Direito (noturno)

                       


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