sábado, 19 de março de 2016

Bacon e a justiça aplicada dentro da realidade social



Francis Bacon, em sua obra “Novo Organum”, defende a experiência como forma de interpretar o mundo. Ao contrário de Aristóteles, para quem a experiência deve ser escrava da razão, Bacon afirma que a experiência é quem guia a razão, buscando deixar de lado o senso comum, o preconceito e ideias falsas e, através da observação permanente, não apenas de um exercício da mente, interpretar o mundo.
                O filósofo inglês critica os gregos ao afirmar que sua filosofia é estéril em obras, não tendo efeito na vida real. A sua crítica à filosofia tradicional é exatamente a de que não serve ao bem – estar do homem. A ciência, em sua visão, deve apresentar utilidade, deve ser um instrumento para a percepção do mundo sem distorções.
O novo método proposto por Bacon seria a cura da mente, na medida em que a construção do conhecimento seria feita com a experiência e a observação como agentes reguladores. Logo, não haveria a antecipação da mente, considerada um “descaminho”.
                Atualmente, em redes sociais, fica claro que muitas pessoas se guiam por ideias e certezas advindas do exercício exclusivo da mente, caindo em senso comum, preconceitos infundados e discurso de ódio. Ao interpretar o mundo a partir de uma lógica racional, mas sem a comprovação empírica corre-se o risco de simplificar a realidade complexa caindo em maniqueísmos.
                No âmbito jurídico é muito importante fazer uma correlação entre a realidade social e a pura teoria jurídica, a fim de se aplicar a equidade. As inovações nas sentenças, levando em conta além do racional e lógico, as experiências do mundo, buscam atingir maior equilíbrio e ser mais coerentes com a realidade.

Vívian Gutierrez Tamaki - 1º ano de Direito - Diurno

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