sábado, 12 de março de 2016

                       Humildade, alicerce do sábio


  "Só sei que nada sei", uma frase que deveria estar ao menos no consciente de cada ser humano, foi dita por um dos maiores filósofos da humanidade: Sócrates. A humildade diante do conhecimento, na busca incessante pela verdade indubitável, também se faz presente em Descartes, filósofo francês do século XVII, ao admitir a necessidade de reconstruir suas opiniões.

  Na conjuntura atual, em alguns debates politizados ou até mesmo no dia a dia, percebe-se que esses ensinamentos não são utilizados. Os debates, por exemplo, que são propícios momentos para a reconstrução e aperfeiçoamento do saber, acabam se tornando disputa de quem grita a própria opinião por último e vence a batalha. Uma vitória vazia para o indivíduo e para a sociedade a qual ele está inserido, pois o troféu permanece estacionado na estante particular do ego.

  Porém, não se deve confundir humildade com submissão e aceitar tudo o que é dito ou ensinado sem questionamentos. Descartes criticou a própria educação obtida pelos jesuítas e questionou a utilidade dos ensinamentos sem a prática envolvida conjuntamente. Seus professores foram a prática e a experiência de cada indivíduo pelo mundo em determinada área do conhecimento.

  Em contrapartida, o caráter enciclopedístico de ensino brasileiro, na maioria das escolas do ensino médio, demonstra, pelo pensamento de Descartes, o quão retrógrada ela é.O foco no ensinamento passivo de informações que são, muitas vezes, apenas decoradas e não assimiladas acarreta uma consequência. Factualmente observe-se uma grande desistência de estudantes nesse período, principalmente, nas escolas públicas, porque o ensinamento não lhe faz sentido e não contextualiza sua realidade. Como consequência, há novamente uma perda da potencialidade humana e um prejuízo para a evolução da sociedade. 


Lorena Maria de Lima Melo-1º ano direito noturno 
    

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