domingo, 20 de março de 2016

A TRÍADE BACONIANA

Inglaterra. Londres. 1561. Em 22 de janeiro desse ano, nascia um dos maiores filósofos de todos os tempos: Francis Bacon. Sua contribuição para o ramo das Ciências Humanas e Naturais auxiliaria a consolidação de pensamentos revolucionários, que, gradativamente, transcenderiam certos paradigmas e criariam novas formas de enxergar o mundo. Nesse cenário, a filosofia tradicional, tal como a grega, perdia espaço para os ideais empíricos, pautados na experiência e no uso da razão como método científico.

O pensamento pregado por Bacon, nesse sentido, desmoralizava, por exemplo, a dialética aristotélica, no instante em que a julgava como prejudicial ao bem-estar do homem. O filósofo propunha a regulação da mente por meio de mecanismos de experiência, através do conhecimento contemplativo (aquele cultivado por determinado tempo) e através do conhecimento novo (fruto das descobertas científicas). Esse raciocínio, por sua vez, classificava a ciência como forma preponderante de representação de todo e qualquer ideal.

Nessa direção, Bacon estudou a interferência das paixões nas diferentes maneiras de se viver em sociedade, com destaque aos chamados “ídolos”, falsas percepções do mundo. Ele elencou quatro tipos de ídolos: da tribo, vinculado às distorções provocadas pela mente; da caverna, ligado às relações estabelecidas pelo homem com o mundo à sua volta; do foro, relacionado ao indivíduo e à influência de suas associações; e do teatro, associado aos equívocos e às superstições.

Nota-se, sob esse ponto de vista, forte influência de Bacon na consolidação dos pensamentos atuais, a citar, por exemplo, a formação intelectual relacionada ao “ídolo da caverna” e as relações interpessoais referentes ao “ídolo do foro”. Conclui-se, dessa forma, que o pensamento baconiano pode ser resumido em uma tríade, como sendo: empírico, revolucionário e, acima de tudo, atemporal. 

Bruno Medinilla de Castilho - 1º ano de Direito diurno

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