quinta-feira, 2 de julho de 2015

Burguesia advisory: explicit consciência de classe content

Engels, em sua teoria, emancipa o conceito até então cristalizado como socialismo. À época do pensador, socialismo era traduzido como política e entendido como verdade a ser revelada; um resultado do processo metafísico. Para Engels, essa era uma visão utópica do socialismo. Portanto critica-o referindo-se ao seu método como fragmentador dos objetos no processo de obtenção da clareza. Assim, Engels não acreditava que somente pela razão pensante, esperando soluções vindas “de cima” e negando a dialética, seria possível a concretização do socialismo.

Dessa forma, teorizou uma nova forma de doutrina, o Socialismo Científico. Em sua obra, discorre o socialismo como pensado cientificamente, devendo ser pautado no materialismo dialético. Utilizou, para tanto, como fonte, o filósofo idealista Hegel. Hegel foi representante do idealismo dialético. Apesar de Engels discordar de seu pensamento idealista, aproveitou a inovação dialética da teoria hegeliana. Assim, afirmava que Hegel pôde “libertar da Metafísica a concepção da História” ¹. Aliado à Marx, Engels traça as linhas do Materialismo Dialético, base para toda a concepção do famigerado Socialismo Científico.

A passagem acima, foi uma resenha rasa do que pode-se expor e discutir sobre a trajetória do pensamento socialista. Isso porque, o que se faz contundente aqui é a aplicação e explanação da teoria (e do Marxismo) na realidade atual.

O poema “Elogio da Dialética”, de Bertolt Brecht pode ser dissecado aos olhos da teoria Marxista


Elogio Da Dialética

A injustiça avança hoje a passo firme.

Uma das ideias mais importantes de Marx é a da desigualdade social gerada pelo sistema capitalista. Este, está sujeito à luta de classes, a qual seria o “motor” de toda a história. A luta de classes, nesse caso, é a protagonizada pela burguesia x proletariado. A desvantagem desse com relação àquele é relevante aqui em dois pontos (dentre vários): o proletário não é dono dos meios de produção e o proletário é sujeito à mais valia. A desvantagem no primeiro caso é reversível – pensando na classe trabalhadora como força motriz da ruína do sistema caso seus integrantes se unam para alcançar a práxis – entretanto, a do segundo caso é mais aderida à realidade (e depende muito da práxis da primeira para conseguir desjuntar).

Os tiranos fazem planos para dez mil anos.
O poder apregoa: as coisas
continuarão a ser como são.
Nenhuma voz além da dos que mandam.

O burguês é a voz do poder, regendo o sistema. Segundo sua perspectiva o capitalismo nunca deixará de existir, nada mudará. Nesse sentido, o modo de produção (bosque) tecerá indivíduos, leis, modo de governo e relações sociais (árvores). Para o burguês, o modo de produção é imutável, para Marx e Engels, ele pode ser transformado, ao passo que, a classe proletária adquira consciência de seu poder transformador. Porém, até agora o capitalismo continua sendo hegemônico, e o materialismo consolida-se, ou seja, as condições materiais determinam a consciência e realidade dos sujeitos.

E em todos os mercados proclama a exploração:
Isto é apenas o meu começo.
Mas entre os oprimidos muitos há que agora dizem:
Aquilo que nós queremos nunca mais o alcançaremos.

Aqui cabe o papel da consciência de classe. Porém no panorama atual, antes mesmo do proletário considerar-se impossibilitado de galgar um estágio de não opressão, é preciso que ele tenha ao menos consciência de que está sendo explorado, e se mobilize. Essa consciência, sempre fora de responsabilidade de movimentos sociais e sociólogos, e hoje em dia o despertar cabe também a uma nova personagem: o rap, o hip hop. Como por exemplo, nas músicas provocativas do rapper Criolo:

Retomando às atividades do dia:
Lavar os copos, contar os corpos e sorrir
A essa morna rebeldia”
(Lion Man)

O mecanismo do sistema é sugar sua alma vivo
Seu sangue, seu suor, são só detalhe nisso”
(Ainda há tempo)

O opressor é omisso e o sistema é cupim” (Cartão de Visita)

Eles ficam assim, olhando pra mim, terceiro setor, vem que tem dimdim, vendem a ideia de que são legais, nadar de costas vai jacaré abraça!” (Chuva Ácida)

Nessas letras o conceito de “concreto vivido” está presente: é o cotidiano dos indivíduos, daqueles que precisam reconhecer sua situação de exploração

Quem ainda está vivo nunca diga: nunca.
O que é seguro não é seguro.
As coisas não continuarão a ser como são.
Depois de falarem os dominantes, falarão os dominados.


Eis portanto a confirmação do que Marx e Engels pronunciaram: a dialética e sua dinâmica. Assim, como “todo ser é o que é, e outro diferente”, o sistema também transforma-se. Nenhuma tese é tão certeira que não se sujeite a uma antítese e esteja prestes a formar uma síntese (pódio completamente diferente da tese e da antítese). Assim, “os dominados falarão” por conta da renovação inerente à história das sociedades.

Quem pois ousa dizer: nunca?
De quem depende que a opressão prossiga? De nós.
De quem depende que ela acabe? De nós.
O que é esmagado, que se levante!
O que está perdido, lute!
O que sabe e o que se chegou, que há aí que o retenha?
Porque os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã.
E nunca será: ainda hoje.





¹ ENGELS, Friedrich. Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico (1887). São Paulo: Centauro, 2005. 



Ana Flávia Toller - 1º Ano Direito Diurno - Aulas 7 e 8 -  Introdução à Sociologia.

Marx, Engels, a realidade e o materialismo dialético


            Em junho de 2015 a maior montadora de carros do Brasil interrompeu suas atividades. Localizada em Belo Horizonte, MG, a fábrica da Fiat, responsável pela produção de três mil carros por dia parou. Quase 19 mil funcionários foram dispensados e nenhum carro foi montado. O motivo da paralisação total das linhas de montagem? O estoque lotado – o pátio da Fiat estava cheio. A estratégia de reduzir a produção tem se tornado, cada vez mais, uma tendência entre as montadoras por todo o Brasil – fábricas de grandes marcas como Mercedes-Benz, a GM e Volkswagen têm adotado estratégias de redução produtiva.
            A situação descrita acima é mais do que ideal para se discorrer acerca do pensamento de Friedrich Engels, um pensador e teórico alemão que, junto com Karl Marx, fundou o socialismo científico. Em poucas linhas é possível identificar diversas correspondências com a obra de ambos os pensadores.
            Marx foi quem brilhantemente explicou e elucidou o materialismo dialético – ele defendeu a ideia de que o real é dinâmico, e de que tudo é movimento, destacando a importância da evolução e desenvolvimento históricos como fornecedores de material para a fundamentação das mais diversas análises. Seguindo essa linha de pensamento, Engels escreveu sobre o círculo vicioso que envolve as crises capitalistas, algo que se aplica perfeitamente à atual situação das montadoras brasileiras.
Segundo Engels, é visível na história mundial capitalista que nem sempre a produção acompanha o ritmo do consumo e do mercado consumidor. Quando isso ocorre, os mercados ficam saturados, os produtos se acumulam, e o dinheiro – que perpassa todas as relações capitalistas – se converte em um obstáculo. O conflito econômico atinge, nesses períodos, seu ápice. A sociedade capitalista demanda de algum tempo para recuperar-se desses abalos - são necessárias algumas intervenções, até mesmo do Estado - mas a recuperação ocorre. No entanto, levam-se apenas alguns anos ou décadas para que a mesma situação mais uma vez se instaure. Diante de tais constatações é que se propõe a revolução do proletariado.

Observa-se então que a descrição teórica feita por Marx e por Engels, que culminou no materialismo dialético, teve sua fundação no real, na observação da realidade, e não nas ideias simplesmente – tanto isso é verdade que, ainda nos dias atuais, encontram-se correspondências claras às suas teorias na realidade social, seguindo o ciclo descrito por Engels. O capitalismo se estrutura e consolida nas sociedades, e o modo de produção estabelecido determina toda a estrutura social e política nesses casos. Assim, a história se constrói e se reconstrói, modificando-se sempre, sempre em movimento, sempre dinâmica, e sempre seguindo em frente, ainda que oscilando, fruto de determinações históricas muito longas que tendem, cada vez mais, a se consolidar.

Heloísa Ferreira Cintrão
1º ano - Direito Diurno

Os discursos inflamados que nada falam


   A sociologia é a ciência que, segundo Marx e Engels, deveria analisar profundamente os meios econômicos e sociais. Essa visão mais realista, que diverge do idealismo alemão de Hegel, propõe uma analise efetiva do real, do concreto para que se possa, a partir daí, transformar o meio social.
  Na visão de Friedrich Engels as utopias são “messias” que chegam propondo revoluções sem a devida analise critica e densa da realidade. É por isso que o teórico revolucionário alemão refuta discursos inflamados de revolução, que servem apenas para ludibriar o povo dado que são totalmente ineficazes por não possuírem base cientifica, propondo a revolução sem sequer entender os meios e as implicações desta.
   Ambos os fundadores do socialismo cientifico devem estar se revirando no caixão. Isso porque é frequente esbarrarmos nesse tipo de discurso hoje em dia. Inclusive em locais onde se espera que o conhecimento seja profundo e coerente, como nas universidades, encontramos inúmeros alienados que se contentam em ler orelhas de livros e sair pregando revoluções infundadas, fanáticas e sem nenhuma perspectiva de concretização por não condizerem com a realidade atual (ou com qualquer outra realidade). A utopia tão combatida por estes pensadores contaminou sua própria teoria dado que muitos desses discursos inflamados que nada falam citam os nomes de tais admiráveis pensadores.
   É necessário que a alma da teoria de Karl Marx e Friedrich Engels seja resgatada, a fim de que o conhecimento volte a ser baseado na realidade e não no idealismo e na alienação como o que vem acontecendo hoje em dia. É só a partir da analise densa da realidade e das possibilidades que esta comporta que pode se propor qualquer tipo de transformação social. É mesmo lastimável que tantos que se dizem admiradores destes alemães tenham se corrompido levando o socialismo cientifico para o campo metafísico, contradizendo os fundadores deste ao passo que usam seus nomes para validar suas homilias.
    É preciso que o bom senso seja readquirido por esses desenvolvedores de retórica rasa para que possamos viver em um mundo mais concreto, que se volte para a realidade, em que o marxismo falado não seja mero achismo alienado, mas sim a teoria de Marx e Engels pós uma antropofagia, a fim de que se encaixe no contexto atual sem perder sua essência.

Bruna Krieck Farche

1º ano, Direito, Diurno.

O sol é para todos

O socialismo científico de Engels e Marx, desenvolvido em meados do século XIX, inaugura a luta histórica contra a propriedade privada e em prol da igualdade social humana. Ao final do século XVIII, com a Revolução Francesa, o ideal da liberdade passa a ser um pilar social, algo a ser buscado incessantemente. Mas como ser livres em uma sociedade capitalista? Para os marxistas, a propriedade privada condena o meio a ser desigual – economicamente, socialmente e culturalmente. E é impossível haver liberdade quando há desigualdade: são conceitos indivisíveis. Segundo o sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein:
“Que significa realmente o slogan ‘liberdade, igualdade, fraternidade’? O slogan da Revolução Francesa é familiar a todo mundo. Ele parece fazer referência a três fenômenos diferentes, cada um situado em três domínios entre os quais estamos acostumados a dividir nossas análises sociais: a liberdade no campo político, a igualdade no campo econômico e a fraternidade no campo sociocultural. E estamos igualmente habituados a debater a respeito de sua importância relativa, em particular entre a liberdade e a igualdade. A antinomia da liberdade e da igualdade parece-me absurda. Tenho dificuldades em ver como podemos ser “livres” se há desigualdade, já que aqueles que têm mais têm sempre mais opções que não são possíveis àqueles que têm menos e, por consequência, estes últimos são menos livres. E, do mesmo modo, tenho dificuldades em ver como a igualdade pode existir sem a liberdade uma vez que, na ausência de liberdade, alguns têm mais poder político que outros, donde se segue que há desigualdade. Não estou sugerindo nenhum jogo de palavras aqui, mas a rejeição da distinção entre liberdade-igualdade. Liberdade-igualdade é um único e mesmo conceito.” (WALLERSTEIN, 1989.).
Nisso reside grande parte da crítica marxista ao capitalismo: em uma sociedade baseada na exploração do trabalho, a liberdade não pode ser alcançada. Não há liberdade possível entre desiguais. E a liberdade só tem sentido se for geral, universal. Se não, não passa de mero privilégio de alguns. Por isso, Engels afirma em sua obra “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, que “(...) a existência das classes contradiz a justiça, a igualdade etc.”.
Não é surpresa, portanto, que a sociedade capitalista demostre tantas disfunções. Quanto maior a liberdade econômica, menor a liberdade social. E quanto menor a liberdade social, maior a hierarquização da sociedade e maior os índices de violência. Claro exemplo disso: os Estados Unidos, nação de caráter claramente liberal e capitalista, têm cidades onde a violência social é absolutamente dominante – em 2008, foram mortas mais pessoas em Chicago do que na Guerra do Iraque.  Enquanto isso, em países onde o Estado é agente marcante na economia, como por exemplo, os países nórdicos (Suécia, Finlândia, Dinamarca, Islândia e Noruega), lideram os rankings de países com menor criminalidade no mundo.
É a partir disso que se compreende a contemporaneidade das ideias propostas por Engels e Marx. Para tornarem-se iguais, os homens têm que lutar contra a opressão, desenvolvendo forças produtivas que superem as limitações capitalistas e incentivem a igualdade e (consequentemente) a liberdade. O sol é para todos. 

Lívia Armentano Sargi
Direito diurno
Mais-valia atual
       O materialismo dialético de Marx e Engels, como superação da filosofia tradicional, atua de forma diferente que o idealista alemão, Georg Hegel, que pautava seus estudos em ideias, e não em casos concretos.
         Ao colocar em pauta o avanço do capitalismo com o advento da Revolução Industrial, por parte dos grandes industriais, a busca insaciável por lucro, os rotulou como uma característica marcante.
Como se sabe, as condições de trabalho dos operários eram desumanas. Jornadas de trabalho exaustivas, péssimas remunerações, ausência de direitos trabalhistas, entre tantos outros aspectos que tornam esse tratamento dado a eles desumano.
        Contudo, essas condições não estão muito distantes de nossa realidade, visto que frequentemente podemos acompanhar nos jornais casos de maus tratos ao trabalhadores. O que ocorre também é o conhecimento de locais que aplicam formas análogas à escravidão em pleno século XXI.
      De fato, o capitalismo e a busca por enriquecimento atuam como elementos que cegam ao homem, que passa a tomar atitudes insanas para atingir tais objetivos.
         No filme “Tempos Modernos”, no qual Chaplin vive o personagem Carlitos, operário de uma fábrica que visa apenas o lucro. Os operários trabalhavam muito mais do que suas condições psicológicas, físicas e fisiológicas suportavam. Nesse contexto, há a presença da mais-valia, a qual Marx define como um modo pelo qual os detentores dos meios de produção exploram a classe operária. Assim, as horas trabalhadas pelo trabalhador somariam muito mais do que eles realmente recebem como salário.
          Os maus tratos conferidos à classe trabalhadora é algo ainda pertinente. Como exemplo nos dias atuais, têm-se os casos de bolivianos vivendo em condições desumanas e em regime de trabalhos tão degradantes como os já citados.

        Com isso, pode-se perceber como os assuntos tratados por Marx e Engels ainda refletem mazelas da sociedade. O capitalismo e suas contradições acompanham o homem ao longo da sua evolução.


Gabriela Cabral Roque
Introdução à Sociologia
1º ano- Direito diurno 

Com o embate, a tão esperada mudança: quando Hegel atinge os Gays.

O embate é constante e constantemente nós nos vemos no meio dessa luta. Hegel, Marx e Engels discorrem sobre o assunto; primeiramente Hegel, que nos traz a mente essa ideia, digamos inovadora, de se enxergar o mundo, mas também idealizadora, digamos até sonhadora e por que não “do céu para terra”, como coloca Marx ao analisar esse aspecto da filosofia Hegeliana. Nesse ponto se contrapõe Marx, se contrapõe buscando uma explicação para a realidade vinda da realidade, ou seja, “da terra para o céu”, do concreto, do real, para a análise pela razão.
E enfim, o embate novamente, ideias, ideais, conceitos, pessoas, países que se chocam de forma antagônica, dando origem a um novo sistema de características provindas das condições prévias ao choque “definitivo”, que trará a mudança.
Olhando para o que nos foi proposto por esses grandes pensadores, vemos veracidade no que foi dito, podendo ser aplicado inclusive hoje e sendo uma das formas mais eficazes de se analisar a sociedade, sua formação, sua queda e sua repercussão no mundo. Porém, a dialética, nome dado a esse processo, também se vê intrometida em diversos aspectos da vida social e dos conflitos existentes dentro da própria sociedade. Um exemplo muito recente e que mostra essas forças antagônicas atuando ativamente na sociedade é a discussão sobre o casamento gay.
Esse tema é polêmico sem dúvida, mas por que tanta polêmica? A resposta gira entorno de, simplificando o panorama, duas grandes forças que se opões: aqueles que apoiam o casamento gay e aqueles que o condenam. Atualmente a força conservadora e anti-gay ainda tem maior influência, espelhando preconceitos que resultam, infelizmente, muitas vezes em crimes contra homossexuais e até mesmo aqueles que os suportam. Mas a maré está mudando, a notícia da legalização do casamento homoafetivo nos Estado Unidos mostra como esse outro grupo vem ganhando força e conquistando seu espaço, ainda mais quando consideramos um país do porte dos EUA e sua influência cultural no Mundo, principalmente o Ocidental. O embate dessas duas forças está resultando em uma mudança na sociedade e que, felizmente, prega por um ambiente onde se presam o amor e a tolerância.



Tiago de Oliveira Macedo- 1ºano Direito diurno- aula 7

Produtividade Essencial

      Na quarta-feira, dia 1º de julho de 2015, um operário alemão da fábrica Volkswagen foi morto por um robô em um raro acidente reacendendo o debate sobre a segurança dos trabalhadores industriais. Especialistas afirmam que este caso relaciona-se mais com os acidentes de trabalho que ocorrem há anos do que com o novo tipo de tecnologia que é desenvolvida pela indústria automotiva. Por conseguinte, sabe-se que os robôs pesados são mantidos em gaiolas de segurança evitando o contato com os humanos e o operário estava dentro desta gaiola durante o acidente.
      Logo, especula-se sobre o motivo do técnico em questão violar as normas de segurança de modo a ficar a uma distância curta do robô. Há quem diga que isto seria a pressa causada pela produtividade, ou seja, a fábrica deve estar em constante produção e o funcionário procurou entrar na gaiola de segurança para resolver um problema qualquer tentando evitar qualquer prejuízo ao funcionamento da indústria. Entretanto, esta afirmação, sem qualquer fundamento plausível sendo apenas uma hipótese, leva ao questionamento da importância da produtividade.
     Partindo da ideia de que a produtividade é fruto do capitalismo e que, sob a perspectiva da sociedade capitalista, o trabalho assalariado é o meio de prover ao trabalhador sua inserção no mercado; percebe-se que a produtividade é pautada pelas relações de mercado tendo estas grande relevância na sociedade em que esta inserida devido à concepção de que todos estão imersos nas referidas relações.
      Deste modo, o mercado influi sobre diversos setores da sociedade assim como estabelece determinadas necessidades, tais quais a modernização. Sendo esta inerente ao mercado visto que é uma forma de garantir práticas competitivas a fim de se manter no mercado, ou seja, como afirmou Engels, a capacidade da maquinaria de se aperfeiçoar converte-se a uma prescrição imperativa que determina a melhoria das máquinas por parte dos capitalistas industriais de forma a aumentar sempre a força de produção.
      Isto posto, percebe-se que as simples atitudes no ambiente de trabalho são pautadas pelas relações de mercado que, dentro de uma sociedade capitalista, possuem extrema importância e influência.


Camila Migotto Dourado
1º ano Direito - Diurno
      

A ambição do proletariado

Filha de pai proletariado e mãe burguesa, acredito ter presenciado em diversos momentos da minha vida a tão famosa luta de classes. Muitas vezes, vi meu pai reclamar de questões do seu trabalho, como salário, carga horária, exploração e falta de benefícios; que poderiam ocorrer naturalmente da mesma forma às funcionárias da minha mãe. Com tudo isso, pude enxergar um pouco mais de perto a realidade do proletariado e entender (talvez) o que o prende tanto ao sistema capitalista: a ambição. 
Ao contrário do que o esperado por Marx, acredito que a classe operária, de hoje, simplesmente perdeu seu "espírito revolucionário". Não vejo as pessoas de meu ciclo social, como meu pai, tios, primos e seus amigos reclamarem de forma a querer mudar o sistema. Vejo apenas eles exporem suas angustias, cansaço e a esperança de um dia, finalmente, alcançarem "seu lugar ao sol". Para mim, é exatamente isso que faz a manutenção do sistema capitalista, a esperança do explorado de virar explorador. Aqueles que tanto trabalham só querem chegar ao nível daqueles podem usufruir de uma vida luxosa.
A ambição é a peça fundamental dessa história porque é, principalmente, ela o que faz até mesmo aqueles em condição degradante de trabalho levantar todos os dias e continuar sua jornada, continuar servindo a máquina capitalista. Porque somente dessa forma poderão aproveitar também do fruto de seu esforço. Mesmo que ele não seja a riqueza em si, mas certos bens materiais, viagens, lazer e uma vida melhor para os seus descendentes. Esse último ponto é um dos mais famosos da história, afinal, quantos pais e mães não se sacrificam para poder dar aos seus filhos uma condição da qual nunca tiveram, mas já sonharam ter ou por simplesmente se espelhar na elite acreditam ser a melhor?
Vale ressaltar a ausência do desejo por uma sociedade mais igualitária. Parece, muitas vezes, que as pessoas aceitaram em como funciona o sistema e tentam apenas se adequar a ele. Quantas vezes não vi meus pais brigarem por causa da administração do trabalho da minha mãe, sendo a causa principal, ele querer repetir com as funcionárias dela "as regras" do seu trabalho. Ele não só tinha se conformado com exploração, mas também apto a fazer o mesmo com os outros. 
Sem intenção de mudar o sistema, seja pela falta de tempo, disposição, ou "formação ideológica", os proletariados acabaram, então, cedendo seu lugar revolucionário aos seus filhos. Acredito ser por isso que, atualmente, os professores tanto apontam os jovens universitários de classe média/alta os atores da luta revolucionária. Afinal, muitos deles cresceram com essa realidade de exploração, e diante da falta de interesse dos principais envolvidos (burguesia e operários), resta a eles essa missão. 
Isabela Gonçalves Alcântara- 1º ano- Direito Diurno