quinta-feira, 14 de maio de 2015

Comte, Darwin e o imperialismo

            Num primeiro momento, talvez seja difícil observar a relação entre a obra A Origem das Espécies, de Charles Darwin, e Curso de Filosofia Positiva, de Augusto Comte. A obra do naturalista inglês discorre sobre a evolução das espécies a partir das observações feitas durante uma viagem, que durou cinco anos, a bordo do navio Beagle, que navegou pela costa do Pacífico e da América do Sul. Já o filosofo francês foi responsável pela criação uma nova corrente filosófica, o positivismo (sendo que, para se chegar ao pensamento positivo, também era preciso passar por uma evolução de estágios de construção de conhecimento, sendo o primeiro o teológico e o segundo, metafísico), e também foi o precursor das ciências sociais. Mas qual a relação entre ambos?
            Para Comte, o homem é produto do seu meio social. Para Darwin, o meio é agente selecionador dos indivíduos mais aptos. Ou seja, tanto um quanto o outro consideram o meio como protagonista das relações, sejam sociais ou naturais. Foi dessa relação entre ambos que fez surgir a expressão darwinismo social. A divulgação dessa teoria serviu para justificar o imperialismo europeu no século XIX.
            O darwinismo social prega que as sociedades evoluem de estágios inferiores para estágios superiores, nas quais as organizações sociais são mais complexas. Dessa forma, era dever do “povo civilizado” (nesse caso, os europeus) ocupar, dominar e explorar as regiões “mais atrasadas” (África e Ásia), levando esses povos de “culturas primitivas” ao desenvolvimento tecnológico, progresso e avanço social.

            Certamente, nem Comte nem Darwin imaginavam as consequências que suas teorias trariam. Mesmo porque, ninguém ainda tinha consciência do como o capitalismo era capaz de deturpar ideias brilhantes para sua consolidação e beneficio próprio.

Luiza Macedo Pedroso
1º ano de direito diurno
Introdução à Sociologia - aula 5

Gradação dos Métodos

     Augusto Comte, filósofo francês, defendia o emprego de três métodos de filosofar durante as investigações feitas pelo espírito humano. O primeiro seria o estágio teológico que defende a atuação direta de agentes sobrenaturais na produção dos fenômenos de modo a explicar as adversidades presentes no universo. Em seguida, vem o método metafísico que, basicamente, seria uma simples mudança no estado antecedente. Por fim, o pensador afirmou que o método positivo explica que a conexão feita entre os vários fenômenos particulares e alguns fatos gerais como esclarecimento do real.
    Simploriamente, pode-se relacionar os estágios propostos por Comte com a divisão do ensino desde a infância à vida adulta uma vez que o primeiro método é considerado o ponto inicial da investigação sendo essencial ao desenvolvimento da inteligência humana, o segundo método serviria como uma fase de transição e o terceiro método seria seu estado fixo e definitivo. Desta forma, há uma analogia entre o primeiro estágio e os Ensinos Infantil e Fundamental visto que ambos servem como uma iniciação do homem; no caso, do filósofo; ou do estudante; no caso, da escola; ao pensamento científico e ao estudo do universo e suas particularidades.
     Enquanto que o segundo estágio corresponderia ao Ensino Médio dado que ambos são considerados um período de trânsito entre uma fase de maturação intelectual e ingresso no pensamento científico. Por último, o terceiro estágio pode ser considerado equivalente, com ressalvas, ao Ensino Superior posto que ambos apresentam um maior acúmulo de conhecimentos pautados pela razão.
     Logo, percebe-se que os métodos propostos por Comte que seriam empregados pelo espírito humano em todas as suas investigação formam uma gradação em que a partir do desenvolvimento do pensamento, avança-se um estágio até alcançar o último estado considerado o ideal.


Camila Migotto Dourado
1º ano Direito - Diurno