domingo, 9 de agosto de 2015

Os lados de uma mesma moeda

“Elas nasceram na favela, o pai era traficante. Hoje, são medalhistas do Pan” é o que diz a notícia no site da Uol sobre Lohaynny e Luana Vicente, irmãs que nasceram no Morro da Chacrinha, uma favela no bairro do Jacarepaguá no Rio de Janeiro. O pai morreu em 2000, era o chefe do tráfico do local e sofreu uma emboscada. Hoje, 15 anos depois, elas são a prova de que é possível, sim, sonhar com um futuro diferente mesmo quando você nasce em um lugar em que as oportunidades raramente aparecem.
Por outro lado, também no site da Uol, temos Fernandinho Beira-Mar, considerado um dos maiores traficantes de armas e drogas da América Latina. Nascido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, não conheceu o pai, foi criado pela mãe, uma dona de casa e faxineira falecida em 1992. Pobre, como a maioria dos meninos da Baixada, Luiz Fernando Costa encontrou no Exército uma opção profissional e uma forma de fugir da miséria. Mas não foi a profissão que o tiraria da pobreza, e sim o crime, onde entrou quando tinha entre 18 e 20 anos.
Como é possível pessoas que cresceram em situações semelhantes seguirem caminhos tão distintos? Seriam as oportunidades? As influências? As escolhas?

“Ele [o indivíduo] pondera e escolhe, entre os possíveis valores em questão, aqueles que estão de acordo com sua própria consciência e sua cosmovisão pessoal.” (MAX WEBER)

Max Weber faz uma crítica à ideia determinista da ciência e afirma que os fins não podem ser determinados pois o indivíduo na sua ação podem seguir outros caminhos, ou seja, os indivíduos em sua ação escolhem os valores que serão seguidos. Ele acrescenta que a escolha de valores, ou seja, a decisão para a ação, nem sempre é intencional e consciente. É necessário, portanto, tentar entender o outro a partir do ambiente em que ele vive, compreender seus valores a partir dessa análise. As conexões de sentido, as ações do indivíduo, por conta disso, não podem ser anteriormente previstas.
Além disso, Weber defende a utilização do tipo ideal, um recurso metodológico para análise do real. É a construção de uma ideia acerca de um objeto que será utilizado como parâmetro para a realização da pesquisa e idealização do tema.


Notícias:
http://pan.uol.com.br/noticias/2015/07/15/elas-nasceram-na-favela-e-pai-era-traficante-hoje-sao-medalhistas-do-pan.htm
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/drogas-beira_mar-perfil.shtml


Amanda Barbieri Estancioni
1º ano - Direito matutino
Introdução à sociologia - Aula 09

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