domingo, 9 de agosto de 2015

José, qual será seu futuro?

   Weber não estava a procura de leis efetivas e universais, para ele deveria ser levado em consideração o juízo de valor, ou seja, as pessoas vão escolher fazer determinada ação social a partir de um determinado valor presente na sua consciência. Como não conhecemos qual valor o individuo escolherá com certeza, o estudo da sociedade deve vir depois que a ação social foi feita, pois assim será possível observar qual valor foi predominante, levando-se em consideração que o meio social tem certa influencia, mas não é o principal. Para Weber, dentro do tipo ideal, existem quatro tipos de ação social:

Ação racional com relação a um objetivo: José, jovem, negro, católico, com dezoito anos e da periferia. Frequentou a escola todos os dias, tentou se manter o mais longe possível do tráfico que estava levando todos os seus colegas; já no ensino médio começou a trabalhar para ajudar a sustentar a família. Depois que se formou no ensino médio conseguiu entrar em um cursinho pré-vestibular e continuou a trabalhar, no final, conseguiu entrar na tão querida universidade pública.
José agiu desde sempre com o foco em um objetivo, que conseguiu alcançar.

 A ação racional com relação a um valor: José, jovem, negro, católico, com dezoito anos e da periferia. Em seu tempo livre sempre ia à missa, achava tão bonito os rituais e o que se pregava: amar ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas. Achava incríveis as ações de Jesus, como ele sempre ajudava aos outros, como ele sempre dava a outra face, como ele aceitou morrer pelos pecados de toda a humanidade. Achava que onde morava todos precisavam agir conforme Jesus, aprender o que Deus tinha para ensinar. José poderia ter ido em direção ao tráfico, ter ido fazer uma faculdade ou continuar trabalhando no mesmo emprego de sempre. Mas não, José entrou pra o seminário, decidiu levar a palavra de Deus para todos que precisassem.
José agiu levando em consideração um valor religioso.

Ação afetiva: José, jovem, negro, católico, com dezoito anos e da periferia. Um dia viu seu irmão, que estava brincando na rua, ser morto pela polícia, sem nenhum motivo real, disseram que ele parecia armado. Mas como um menino de sete anos, que estava brincando de pega-pega, parece estar armado? Foi a partir desse momento que José sentiu raiva de verdade, aquele tipo de raiva que leva você a matar alguém. E foi o que aconteceu alguns anos depois, quando José conseguiu uma arma com o “chefe” da área em que morava e descobriu quem foi o policial que atirou em seu irmão.
José agiu de acordo com sentimentos de raiva e vingança.

Ação tradicional: José, jovem, negro, católico, com dezoito anos e da periferia. Desde pequeno brincava de policia e ladrão, sempre aprendendo que os policiais é que eram os vilões Desde pequeno também observava as benfeitorias que o “chefe” fazia para toda a comunidade, via como este sempre tinha todos os objetos que desejava, e como ele mandava e desmandava por ali. José entrou para o tráfico, assim como a maioria de seus amigos e colegas, já que todos desejavam aquela vida de "chefe". 
José agiu de acordo com aquilo com que sempre aprendeu e foi ensinado, sem tentar se desvencilhar de todos aqueles hábitos. 

Paula Santiago Soares
1º ano de Direito - Diurno

Nenhum comentário:

Postar um comentário