sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Benjamin Franklin e a ética capitalista de Weber

Max Weber é, possivelmente, um dos últimos grandes clássicos da Sociologia e uma das matrizes do pensamento sociológico com métodos estruturados. Em seu livro mais conhecido e, talvez, o mais importante, A ética protestante e o espírito do capitalismo, aborda o surgimento desse modo de produção e do que ele se trata – vale ressaltar que a concepção weberiana de capitalismo foge à concepção marxista a que estamos acostumados, de modo que, para ele, o sistema não é uma busca incessante por lucro, mas uma racionalização da sociedade.
            Weber aponta que o calvinismo desenvolveu o espírito capitalista e, por conseguinte, o capitalismo. Ao falar da ética capitalista, o autor se utiliza de um texto de Benjamin Franklin chamado Time is Money, em que o autor abarca o “Utilitarismo ético” que, em suma, critica o ócio, incentiva o acúmulo de bens e a poupança. Em um de seus trechos indica: “nunca se permita pensar que tem tudo de que precisa”.
            Posto isso, a ética utilitarista afirma que o indivíduo deve pagar suas contas em dia, não porque é o certo a se fazer, mas porque isso é crucial para que ele consiga novos empréstimos, atraindo mais dinheiro. Além disso, esse sistema faz com que o homem se sinta na obrigação de reinvestir seus ganhos para fazer crescer seus lucros.
            Com essa perspectiva do comportamento humano, é possível fazer uma análise de como a rotina dos indivíduos se tornou auto-exploradora. É certo que o proletariado oprimido descrito por Marx convive em situações complicadas de trabalho, condicionadas pelo sistema do capital; todavia, a ética capitalista descrita por Franklin e Weber nos mostra que até mesmo os burgueses são dependentes do sistema que eles próprios impuseram.

            O ócio que antes fora considerado próspero, hoje é considerado como a perda da prosperidade. A expressão “tempo é dinheiro” define aquilo que a sociedade se tornou, dependente de sua própria ambição, viciada em aumentar progressivamente seus lucros, deixando de lado a própria qualidade de vida e os momentos essenciais de lazer.
Gabriela Melo Araújo - 1º Ano
Direito Noturno

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