segunda-feira, 6 de julho de 2015

Marx e Engels – regimes e classes

Marx teorizou um novo panorama para a humanidade, inconformado com a realidade do mundo capitalista: uma sociedade sem classes sociais ou propriedade privada, em que todos eram donos do meio de produção. Sem opressão, sem abuso, sem mais-valia, enfim, sem a intolerância da classe burguesa, advinda de processos revolucionários. Sua obra “O Manifesto Comunista” pode ser entendida como um manual para a chegada a essa nova sociedade.
A realidade, porém, foi muito diferente. A esperada revolução proletária – classe que, diferente das demais e cansada de tanta alienação, seria responsável pela eliminação das classes sociais, propriedade e qualquer instituição ligada à burguesia – não ocorria conforme o pretendido. Inicialmente desenvolvida para países mais “avançados”, como Inglaterra e França, a obra de Marx e Engels foi melhor absorvida em territórios “atrasados”, como a Rússia, que contou com um regime baseado na teoria marxista até 1991. Baseado, pois ninguém jamais conseguiu implantar a ideia dos filósofos até o fim. A burguesia e o regime capitalista são ferozes e impiedosos.  
Os dois ainda criticam a dialética hegeliana, ao afirmar que essa é falsa, ilusória e não promove a liberdade de fato. Acreditavam que era necessário buscar a causa, agir, e não apenas explicar racionalmente o mundo, como Hegel fazia. Segundo eles, havia muita contradição entre a filosofia alemã, típica hegeliana (idealizada) e a realidade da Alemanha recém unificada, completamente incompatíveis e sem solução de sérios problemas.
Com uma visão inovadora, Marx e Engels causam polêmica e discussões quando são citados e pensados. Os defensores do capitalismo dizem que o sistema fundamentado pelos filósofos é falho e nunca deu certo. Devemos lembrar, contudo, que ele foi aplicado de maneira incompleta e com severas pressões e repressões norte-americanas. Essa realidade não deve se alterar nos próximos anos, mesmo com a grande crise do momento, pelo grau de enraizamento do capitalismo na sociedade, que passou a considerar seus efeitos normais. 

Arthur Augusto Zangrandi
1º ano Direito noturno

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