segunda-feira, 22 de junho de 2015

Sobre perguntas, funcionalismo e individualidade



               Fato é que a sociedade está disposta de forma que tenha seu equilíbrio mantido, não que priorize a liberdade ou felicidade individuais. Ao compreender a sociedade como um todo harmônico, onde contradições não são bem vindas e as transformações ocorrem de forma linear, Durkheim, movido por ideias evolucionistas, pregava qualquer forma de ruptura como um estado patológico dos fatos sociais.

            Determinado pela coerção social, o fato social faria os indivíduos se conformarem com as regras impostas pela sociedade, a partir do momento em que o sujeito incorpora o que lhe é externo. A sociedade, portanto, não representaria a soma das consciências individuais: a consciência coletiva pauta o agir individual. Todo e qualquer ato social cumpre determinada função dentro de um conjunto/corpo social mais amplo.


               Não seriam, no entanto, as sociedades diferentes pela constituição de seus processos históricos específicos? Como classificar sociedades em culturas superiores ou inferiores? Ao dissociar o ser humano de sua subjetividade, não estaríamos simplesmente colocando-o em estado contemplativo e passivo no viver em sociedade? 

      Reflexões acerca da teoria funcionalista (talvez fatalista) são essenciais para a compreensão do papel do indivíduo na sociedade, bem como da sociedade como organismo vivo e ativo. Ao delegar funções, representadas por necessidades gerais e intrínsecas do organismo social, comodamente estabelecemos uma fórmula para o alcance de uma suposta harmonia geral. Seria essa harmonia suficiente, também, para o alcance de uma plenitude individual?

                                                                                          
                                                                                          Alice Rocha - 1 ano Direito Noturno


Nenhum comentário:

Postar um comentário