domingo, 31 de maio de 2015

Teoria Durkheimiana aplicada na polícia

Émile Durkheim foi um sociólogo que em sua obra “As regras do método sociológico” abordava o estudo do fato social. Sua primeira regra consistia em considerar os fatos sociais como coisas, como um recurso metodológico. Além disso, defendia que deveríamos compreender os fatos sociais em razão da coerção que exercem sobre os indivíduos.
Ele atribuía extrema importância à pesquisa de campo, observando e conhecendo o fato social, para depois construir as ideias. Sua maior utopia era acreditar que a boa ciência é aquela que consegue atingir o maior grau de neutralidade, ou seja, defendia que o papel da sociologia era explicar, e não julgar ou valorar os fatos.
Sendo assim, Durkeim define fato social como sendo tudo aquilo que independe do indivíduo e tem como substrato o agir do homem em sociedade, de acordo com regras sociais, ou seja, que possua coação externa, a coação do conjunto sobre o indivíduo. Todo fato social tem uma função que o liga a outro fato social, ele está sempre vinculado a relações sociais mais amplas, há uma conexão entre os fenômenos. Além disso, é importante destacar que as regras impostas pela sociedade são coercitivas, impostas tanto pelo direito, quanto pela impossibilidade de ser fugir a elas.
O sociólogo também foca suas pesquisas no estudo da anomia, que é causada pela disfuncionalidade e é caracterizada por comprometer o equilíbrio da sociedade.
Para compreender melhor o que é fato social e anomia para Durkheim, podemos trazer sua teoria para a atualidade, ao analisarmos os policiais. Muitos policiais moram em favelas e em seu trabalho precisam realizar operações em sua comunidade para buscar drogas, tráfico de armas ou outras ilegalidades. Por conta disso, muitas vezes ficam “marcados” pelos outros moradores e se sentem amedrontados, e assim coagidos a não andarem fardados ou a protegerem suas famílias e suas casas. Na visão Durhheimiana, essa situação seria um fato social, já que há uma coerção externa, do meio, da coletividade sobre o indivíduo. O medo é causado por essa imposição dos outros moradores sobre ele.
Ainda sobre os policiais, podemos falar sobre a corrupção dentro da polícia: quando policiais abusam do poder, quando cometem infrações e se safam por serem “autoridades”, quando apreendem drogas e não realizam os procedimentos legais, e ao invés disso vendem ou consomem as drogas, entre outras irregularidades. Podemos compreender a corrupção policial como uma forma de anomia, já que compromete o equilíbrio de toda a sociedade, e essas ocorrências são muito freqüentes, não são apenas casos individuais sem importância e influencia significativa no meio social.

Amanda Barbieri Estancioni
1º ano - Direito matutino

Introdução à sociologia - Aula 05

Nenhum comentário:

Postar um comentário