quinta-feira, 7 de maio de 2015

O convite ao novo

O filme “Ponto de Mutação” se trata da adaptação cenográfica da obra de Fritjofra Capra que se delineia a partir da conversa entre uma cientista, um dramaturgo e um candidato à presidência; um dos aspectos mais marcantes desse filme é que diferentemente de exemplares de origem “hollywoodiana” - onde a ação é um elemento frequentemente presente- neste longa do diretor austríaco, o dialogo filosófico e acima de tudo bem elaborado ditam o ritmo do filme.
Durante este dialogo são versados de forma geral aspectos pelo qual o homem é influenciado ou influenciador, por exemplo, as condições físicas da terra ou a relação entre os homens. O interessante dentro dessa conversação é que a argumentação dos pontos de vista referente a cada tema leva em consideração preceitos da filosofia e de pensadores modernos e antigos, criando quase uma oposição comparativa entre as duas épocas.
A filosofia de Renne Descartes, por exemplo, é abordada pela cientista que, apesar de reconhecer a importância da teoria do mesmo, a luz da época em que foi escrita, acredita que atualmente essa tese seja um tanto quanto “danosa”. Isso porque faz com que as pessoas enxerguem a parte e não o todo, que tenham, portanto, uma visão fragmentada, uma maior relevância do pensamento micro em relação ao macro.
De fato, um dos prováveis desdobramentos desse tipo de pensamento na sociedade atual é a forma extremamente individualista que se conduz as relações com o mundo em que habitamos: a forma em que os estudos acadêmicos são dirigidos, nossa posição ambiental, a falta de consciência coletiva, a ideia do “self made men”, dentre diversos outros aspectos.
Portanto, um dos “legados” que o filme deixa é um convite a reflexão - por meio da evocação dentro do dialogo de Descartes, Eistein, da política, ecologia etc- dos valores atuais e também, consequentemente, a uma nova e diferente visão de mundo.

Ana Paula De Mari Pereira
1º ano de Direito - Diurno



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