quinta-feira, 7 de maio de 2015

Nova Perspectiva

Leonardo da Vinci, considerado um dos maiores gênios da humanidade disse em um dos seus textos: “Aprenda a ver. Perceba que tudo se conecta com tudo”. Essa ideia de interação é justamente a ideia que o filme “Ponto de Mutação” deseja mostrar – o quão interligado estão todas as coisas que existem no mundo;  os sistemas vivos se interligam com os não-vivos  e como isso vem sendo esquecido na época pós-moderna e as graves consequências desse esquecimento.
Numa época regida pela religião, pela magia, alquimia e cujas únicas verdades eram doutrinas da igreja, pensar o mundo como uma grande máquina, sistematizar, e não apenas se subordinar á forças místicas da natureza e de Deus é um dos maiores avanços conseguidos na época. Essa visão mecanicista foi criada por René Descartes, filósofo que viveu na época moderna. Seu antecessor, Francis Bacon, por sua vez, havia dado ao homem o dever de superar tudo que não viesse de sua experimentação; segundo ele, o homem deveria, através de suas grandes invenções, submeter a natureza e o cosmos.
Ganhando a autonomia e confiança para ser dono de seu próprio destino, através de pensadores como Descartes e Bacon - que são precursores do iluminismo - e outros filósofos, físicos (como Isaac Newton) e cientistas, o homem sentiu-se livre e acima de qualquer noção de viver em um organismo vivo, com interações e reações próprias, passando a tratar o mundo como um sistema mecânico que ele conhece e deve dominar. Se conceber quase como um Deus (literalmente como um Deus no caso, por exemplo, de George Washington, que ao fundar a capital dos Estados Unidos, manda ser pintado sofrendo uma apoteose), e fazer isso através da força, encerra uma grave preponderância do principio masculino, o da agressividade, como é citado no filme “Ponto de Mutação”.
Tudo isso, fez com que o homem destruísse a natureza, poluindo seus rios, destruindo suas florestas, e ainda pior, destruindo o próprio modo de vida dos seres humanos – que passou a ser cheio de vícios, desde os pequenos como uma alimentação errada á corrupções governamentais e o extremo poder de empresas privadas sobre o bem estar público, já que as corporações passaram a dominar o sistema. Toda essa problemática só pode ser resolvida através de uma profunda mudança profunda na forma de ver o mundo. Deve-se perceber o quanto vivemos num sistema que respira, sofre e precisa de ajuda; todas as facetas da sociedade e do meio ambiente não devem ser analisadas separadamente pois são partes de um todo que precisa ser melhorado gradativamente e desde seu profundo interior. Mudar e melhorar o mundo de forma integrada é chamado, conforme mostra o filme de “Teoria dos Sistemas Vivos”.  
No filme, vemos claramente as diversas facetas da sociedade representada nos três personagens principais – A cientista, o político e o poeta. Enquanto o discurso partir da ciência e da filosofia e não ser completamente compreendido pela nação e seus governantes, o pensamento Baconiano/Cartesiano continuará a governar; ao mesmo tempo, enquanto as artes e literatura não verem a integração que há entre a ciência e seus textos de subjetividade, apenas divagar não fará grandes trabalhos. É preciso, portanto, uma maior integração entre todos esses setores. O mundo precisa de mudanças que englobem valores, instituições, ideias e embora isso seja muito difícil de concretizar, um bom ponto de partida é e sempre será a educação, pois só a educação é capaz de mudar todo o ser humano e esta deve ser reformulada para atender á esse nova perspectiva de mundo.



Stephanie Bortolaso

1° Ano de Direito Noturno

Análise do filme Ponto de Mutação

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